Dados do Trabalho
Título
Polimorfismo no gene do receptor da leptina associado com a suscetibilidade da escoliose idiopática do adolescente.
Objetivo
Fatores intrínsecos e extrínsecos podem estar associados com o desenvolvimento da escoliose idiopática do adolescente (EIA), incluindo alterações genéticas. Dentre os genes candidatos associados ao desenvolvimento da EIA destaca-se o que codifica a fibrilina-1 (FBN1), uma glicoproteína da matriz extracelular, essencial para a organização das microfibrilas extracelulares em células do músculo esquelético e fibroblastos dérmicos, responsáveis por distúrbios do tecido conjuntivo, como a escoliose. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do polimorfismo FBN1 rs12916536 no desenvolvimento e gravidade da EIA, além de correlacionar a variação do ângulo de Cobb em relação às características demográficas dos pacientes.
Metodologia
Estudo observacional analítico do tipo caso-controle envolvendo 185 pacientes com EIA e 378 controles, sem doença na coluna vertebral. Análise genética foi realizada por PCR em tempo real utilizando sistema TaqMan. Um modelo de regressão logística multivariada avaliou a associação entre o polimorfismo FBN1 rs12916536 e EIA, utilizando razões de chance (OR) ajustados com seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%. Uma análise de regressão linear avaliou a variação do ângulo de Cobb de acordo com a idade e o índice de massa corporal (IMC).
Resultados
No grupo de pacientes com EIA houve predomínio do sexo feminino (12:1), baixo IMC ou normal (90%), 58% apresentavam ângulo de Cobb maior que 45º e 74% eram esqueleticamente maduros (Risser IV-V). A idade foi um fator de risco (4 vezes) para a progressão da curva (0,72° por ano). A frequência alélica do polimorfismo FBN1 rs12916536 A foi de 40% nos controles e 31% nos casos de EIA, sendo estatisticamente diferente entre os dois grupos (P=0,004). Os genótipos FBN1 rs12916536 GA+AA foram associados a um menor risco de suscetibilidade a EIA (OR=0,58; IC95%=0,35-0,98), após ajuste pela idade, sexo e IMC. No entanto, não foram detectadas diferenças significativas na distribuição do polimorfismo com a gravidade da doença (Cobb <45º ou ≥45º).
Conclusões
A idade foi um fator de risco para progressão da curva escoliótica e o polimorfismo FBN1 rs12916536 foi um fator de proteção para suscetibilidade a EIA.
Arquivos
Área
Ciência básica na coluna vertebral
Autores
Antônio Eulálio Pedrosa Araújo Junior, Gustavo Borges Laurindo Azevedo, Luis Antonio Medeiros Moliterno, Jessica Vilarinho Cardoso, Helton Luiz Aparecido Defino, Jamila Alessandra Perini