Dados do Trabalho
Título
SIFILIS CONGENITA COMO CAUSA DE COLESTASE NO PERIODO NEONATAL - RELATO DE CASO
Introdução
Colestase é a redução da secreção biliar por alterações anatômicas ou funcionais do sistema biliar. Clinicamente os principais achados são: icterícia, hipocolia ou acolia fecal, colúria, prurido e xantomas. O diagnóstico é sugerido pelo aumento de bilirrubina direta (BD), enzimas canaliculares, ácidos graxos e colesterol
Objetivos
Valorizar a icterícia encontrada ao exame físico
Relato do caso
Paciente 45 dias de vida, feminino, termo, parto sem intercorrências. Há uma semana da internação evoluiu com espirros, coriza e há dois dias apresentou otorréia à direita não purulenta. Procurou atendimento médico, sendo evidenciado icterícia, associada à hepatomegalia. Encaminhada ao serviço para investigação diagnóstica. Exames iniciais evidenciaram bilirrubina total 17,50 mg/dl com BD 7mg/dl, TGO 395 U/L e TGP 364 U/L. Ultrassom abdominal não observou alteração de vias biliares. VDRL positivo 1:8. Genitora informou ter realizado tratamento para sífilis no terceiro trimestre da gestação, porém sem comprovação. Biopsia hepática de padrão não obstrutivo compatível com hepatite neonatal, possivelmente secundária a sífilis congênita. Tratada com Penicilina Cristalina, tendo boa evolução e melhora clínico/laboratorial
Discussão
A colestase neonatal afeta 1:2.500 nascidos vivos . Deve-se a atresia biliar (AB) (25-40%), alterações genéticas (25%) e outras causas, muitas vezes desconhecidas. O diagnóstico precoce da AB é de extrema importância para otimizar o tratamento cirúrgico. Se realizado nos primeiros 60 dias de vida, há 70% de chance de se reestabelecer o fluxo biliar, caindo para 25% se realizado após 90 dias de vida. No caso citado, a etiologia da colestase foi sífilis congênita, porém a criança apresentava hipocolia e colúria ao exame físico. Devido à urgência em descartar a AB, optou-se por proceder a biopsia hepática, sendo possível excluir a etiologia obstrutiva antes do tempo cirúrgico crítico
Conclusões
No caso exposto a icterícia não era a queixa principal materna, sendo o olhar clinico é determinante para o início da investigação e o diagnóstico precoce
Palavras-chave (máximo 5, de acordo com o DeSC)
icterícia; colestase; sífilis congênita
Área
Gastroenterologia
Autores
Juliana Miranda Tavares, Fabiana Maria Silva Coelho, Joana Thaynara Torres Viana, Sinara Meneses Ferreira, Edine Coelho Pimentel, Amanda Oliveira de Araujo Lima