13º Congresso Cearense de Pediatria

Dados do Trabalho


Título

DENGUE GRAVE COMPLICANDO COM SÍNDROME HEMOFAGOCITICA

Introdução

A Dengue é uma doença endêmica e dinâmica, abrangendo diversas manifestações clínicas: desde um quadro febril indolente a casos envolvendo múltiplos órgãos, com complicações variadas.

Objetivos

Relatar caso de dengue complicando com síndrome hemofagocítica.

Relato do caso

Paciente feminino, 5 anos. Previamente hígida, iniciou quadro de febre (39,5°C), odinofagia, lacrimejamento ocular, adinamia e mialgia. Após 5 dias, evoluiu com flutuação do nível de consciência, dispneia, vômitos e dor abdominal. Admitida no Hospital Infantil Albert Sabin, sendo conduzida como caso suspeito de dengue. Ao exame, apresentava-se toxemiada, desidratada, taquidispneica, com petéquias difusas. Abdome intensamente doloroso, com edema de parede, ascite e hepatomegalia; sem esplenomegalia.
Durante o internamento, evoluiu com anemia e plaquetopenia, com persistência da febre, além de elevação de transaminases (TGO 1377 e TGP 676), LDH (2225) , ferritina (10926) e fibrinogênio no limite inferior (206), sendo considerada possibilidade de síndrome hemofagocítica. Suspeita foi confirmada pelo mielograma, que evidenciou histiócitos com atividade hemofagocítica. Foram realizadas sorologias que confirmaram o diagnóstico da doença de base (IgM positiva para dengue e negativa para demais microorganismos).
Diante do quadro clínico e dos achados laboratoriais, paciente foi conduzida como dengue grave complicada por síndrome hemofagocítica, sendo prescrito hidratação venosa e esquema antibiótico para tratamento de infecção secundária. Evoluiu com melhora importante em 48 horas, sem necessidade de tratamento específico para a síndrome hemofagocítica.

Discussão

O presente relato demonstra as formas multifacetadas que a dengue grave pode apresentar, com complicações diversas, incluindo a síndrome hemofagocítica.
A persistência da febre, juntamente com o aparecimento de citopenias e elevação da ferritina, devem sinalizar para a possibilidade de hemofagocitose. Nossa paciente apresentava achados que tornaram possível esse diagnóstico.

Conclusões

Dessa forma, demonstra-se a importância do diagnóstico precoce, com atenção a possíveis complicações que podem ser fatais em muitos casos, se não forem conduzidas corretamente e em tempo hábil.

Palavras-chave (máximo 5, de acordo com o DeSC)

dengue; síndrome hemofagocítica; diagnóstico; complicações

Área

Infectologia

Autores

PRISCILLA CASTRO GURGEL Lopes, Igor Silva Farias, Vanessa Almeida Campos, Francisco Afranio Pereira Neto, Lucca Santiago Beneduce, Mércia Lima de Carvalho Lemos