Dados do Trabalho
Título
Análise das alterações no perfil epidemiológico do quadro vacinal geral do Ceará de 2017 a 2021
Introdução
A vacinação é essencial no controle de infecções que ameaçam a vida. Alguns parâmetros utilizados para acompanhar sua evolução no Ceará são as taxas de abandono (TX), de cobertura vacinal (CV) e de doses aplicadas. Nos últimos anos, essa temática destacou-se nas pautas sociocientíficas com a pandemia de Covid-19, ocorrendo um maior debate acerca da imunização, com “fake news” questionando a sua eficácia.
Objetivo
Analisar o quadro vacinal do Ceará entre 2017 e 2021, a partir de mudanças no número de doses aplicadas, da CV e da TX durante o período.
Método
Estudo ecológico descritivo de abordagem quantitativa realizado a partir de dados secundários coletados do SI-PNI, em setembro de 2022, por meio da plataforma DATASUS, acerca das informações sobre a imunização no Ceará entre 2017 e 2021. Foram analisadas as variáveis doses aplicadas, CV e TX em relação aos imunizantes, às macrorregiões e às microrregiões de saúde. Não houve submissão ao comitê de ética por se tratar do uso de dados secundários, os quais não estavam consolidados no momento da coleta.
Resultados
Na análise acerca da CV no Ceará entre 2017 e 2021, foi observada uma redução desse parâmetro, caindo de 84,51% (2017) para 59,73% (2021). Dentre as macrorregiões, o Sertão Central apresentou a maior redução, saindo de 90,47% (2017) para 51,41% (2021). Entre os imunizantes, a BCG apresentou maior queda de CV, reduzindo de 109,59% (2017) para 64,15% (2021), enquanto a vacina para Febre Amarela apresentou acréscimo, possuindo 1,66% (2017) e 25,48% (2021). Em relação às doses aplicadas, o Ceará também apresentou uma redução, indo de 5.084.870 doses (2017) para 3.796.050 (2021). Desse valor, Fortaleza foi a macrorregião com diminuição mais expressiva, saindo de 2.817.404 (2017) para 1.951.696 (2021). Quanto aos imunizantes, a vacina contra Hepatite B apresentou queda, de 552.190 (2017) para 194.390 (2021), ao passo que a da Febre Amarela aumentou, indo de 76.861 (2017) para 591.348 doses (2021). A TX reduziu no estado, já que apresentava uma taxa de 21,89% (2017) e passou a ter 21,21% (2021). Canindé foi a microrregião que apresentou maior redução, indo de 17,62% (2017) a 12,51% (2021), enquanto Santa Quitéria aumentou de 1,57% (2017) a 22,92% (2021).
Conclusão
Mesmo com a discreta queda na TX, observa-se expressivo declínio do quadro imunizacional do Ceará devido à redução da CV e das doses aplicadas. Esse achado pode ser consequência de uma menor confiança da população na vacinação.
Palavras Chave
Quadro imunizacional; Taxa de abandono; Cobertura vacinal; Doses aplicadas; Ceará.
Área
Imunizações e Infectopediatria
Instituições
Universidade Estadual do Ceará - UECE - Ceará - Brasil
Autores
Natan Santos Pereira, Diego Oliveira Maia, Natália Ponte Fernandes, Timóteo Bezerra Ferreira, Fernando Virgílio Albuquerque De Oliveira