VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

CO-DETECÇAO DE VIRUS RESPIRATORIOS EM UM LABORATORIO PRIVADO DE FORTALEZA-CE

Introdução

Com o surgimento do Covid-19, o uso intensivo de máscaras e o distanciamento social foram preconizados como as principais medidas não farmacológicas de prevenção. Com isso, outras infecções respiratórias, incluindo as sazonais, tiveram redução no número de casos durante a pandemia. Entretanto, entre dezembro de 2021 e março de 2022, notou-se aumento de casos de Influenza A simultaneamente à ocorrência do Covid-19 no Ceará.

Objetivo

Descrever as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes com detecção de dois ou mais vírus respiratórios identificadas por método molecular no Ceará, entre dezembro/2021 e março/2022.

Método

Estudo transversal de pacientes com detecção de dois ou mais vírus respiratórios, em amostras de swab nasofaríngeo ou saliva, através de painel respiratório Allplex™ SARS-CoV-2/FluA/FluB/RSV Assay ou por FilmArray® Respiratory Panel, realizados em laboratório privado em Fortaleza/CE. Os dados clínico-epidemiológicos foram coletados através da revisão dos registros do laboratório. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital São José de Doenças Infecciosas(Nº Protocolo 5.338.538).

Resultados

Identificaram-se 1967 amostras positivas para vírus respiratórios, das quais 42(2,1%) amostras revelaram a detecção de dois ou mais vírus. A faixa etária mais acometida foi de 20-60 anos(57,2%), seguida de 0 -12 anos (33,3%), e acima de 60 anos(9,5%). O sexo masculino foi o mais acometido. A maioria dos pacientes apresentava síndrome gripal(57,2%).Os sintomas mais observados foram tosse (26,2%), febre(23,8%), cefaleia(11,9%), diarreia(2,4%), odinofagia(2,4%) e adinamia(2,4%). A procedência destes pacientes foi principalmente Fortaleza-CE (92,8%). As co-detecções mais frequentemente encontradas foram SARS-CoV-2/Influenza (n=26; 61,9%); SARS-CoV-2/Vírus sincicial respiratório(n=4;9,5%);Influenza A/Rinovírus(n=3;7,1%);Influenza B/Rinovírus(n=3;7,1%);Influenza/VSR(n=1;2,4%);Enterovírus/Metapneumovírus(n=1;2,4%);Influenza A/Coronavírus NL63(n=1;2,4%);Influenza A/Coronavírus OC43(n=1;2,4%);Rinovírus/Adenovírus(n=1;2,4%); e Influenza A/Influenza B/Coronavírus OC43(n=1;2,4%).Dos pacientes com detecção de SARS-CoV-2/Influenza, apenas sete(26,9%) tiveram o subtipo identificado como influenza A.

Conclusão

A circulação de vários vírus respiratórios foi observada no período do estudo, sendo mais frequentemente a associação SARS-CoV-2/Influenza. A co-detecção de múltiplos vírus não implica, necessariamente, em efeito patogênico. O impacto da coinfecção viral precisa ser elucidado.

Palavras Chave

Coinfecção; Covid-19; SARS-CoV-2; Influenza A;

Você faz parte de algum grupo de pesquisa? Se SIM, favor informar o nome abaixo.

Sim, Grupo de estudos e ações em doenças infecciosas (GEADI), Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, Ceará, Brasil.

Área

Covid-19

Instituições

Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ) - Ceará - Brasil

Autores

Luís Arthur Brasil Gadelha Farias, Juliana Cordeiro de Sousa, Fábio Rocha Fernandes Távora, Lisandra Serra Damasceno