VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

Perfil sociodemográfico e clínico de pacientes com Bronquiectasias Não Fibrocística de etiologia pós-infecciosa.

Introdução

Bronquiectasia não fibrose cística (BNFC), terceira causa mundial de doença pulmonar crônica, tem alta morbimortalidade por controle ineficaz da fisiopatogenia do círculo vicioso. A causa pós-infecciosa , como a pós-tuberculose , é a mais prevalente etiologia em nosso meio.

Objetivo

Avaliar o perfil sociodemográfico e a apresentação clínica de pacientes com BNFC por causa pós-infecciosa.

Método

Foi conduzido um estudo transversal, de março de 2018 a outubro de 2019, em hospital terciário de referência em Fortaleza, em pacientes com BNFC, para avaliar processo inflamatório. Os de etiologia pós-infecciosa foram analisados posteriormente, neste braço do estudo, quanto ao perfil sociodemográfico, apresentação clínica e prognóstica. Este estudo seguiu a Resolução 466/12 do CNS, sendo aprovado pelo CEP do Hospital de Messejana, Dr.Carlos Alberto Studart Gomes.

Resultados

O estudo incluiu 112 pacientes com BCNF, destes 41 (36%) tinham a etiologia pós-infecciosa, sendo tuberculose pulmonar a principal causa (n=35), seguido de pneumonia grave (n=3) e sarampo (n=2). A média de idade foi de 59 ± 11 anos, sendo 66% do sexo feminino. Ex tabagismo foi encontrado em 42% dos casos , com média de 20 anos/maço e etilismo em 7%. A idade do início dos sintomas foi 35 ± 17 anos. A idade para diagnóstico tomográfico de BNFC foi aos 49 ± 16 anos. A tosse foi relatada em todos os pacientes, a coloração do escarro (Escala de Murray) foi mucóide em 32% e mucopurulenta ou purulenta em 68%, a hemoptise foi relatada em 46%, chiado em 56%, dor torácica em 51% e dispneia o mMRC avaliado foi de 2,26±1. Encontramos, índice de massa corpórea 22 ± 5,6, deformidade torácica em 29%, ausculta pulmonar alterada em 87% e baqueteamento em 19% dos casos. Função pulmonar: CVF 63±18, VEF1 54±21, e VEF1/CVF: 72. Os lobos superiores foram os mais acometidos 95%, em TCAR( tomografia computadorizada de alta resolução ). Lobectomia prévia em 12% dos pacientes. Nos últimos 12 meses, 53%(n=22) dos pacientes apresentaram mais que 1 exacerbação, sendo 14%(n=6) das vezes com internações.

Conclusão

O tempo demorado para o diagnóstico tomográfico, identificado neste estudo, pode impactar no desfecho prognóstico da doença. O perfil sociodemográfico e clínico descrito, reforça dados de literatura, e junto a disponibilização de TCAR de tórax, auxilia para um breve diagnóstico de BNFC em pacientes com antecedente de infecções pulmonares implicadas na etiologia.

Palavras Chave

Bronquiectasias, tosse crônica, infecções respiratórias.

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Não.

Área

Miscelânea

Instituições

Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes e Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Gabriella Meneses Rocha Borges de Albuquerque, Lara Pontes Cunha, Letícia Bastos Lima, Maria Eduarda Soares dos Santos, Marina Maria Galvão Pantoja, Samuel Allan Nunes Fernandes, Fábio Brito de Sousa, David Franco Marçal, Matheus Lovatel Pena, Mara Rúbia Fernandes de Figueiredo