VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

PREVALENCIA DA INFECÇAO PELO HIV, HEPATITES B E C E SIFILIS EM PESSOAS EM SITUAÇAO DE RUA

Introdução

As infecções pelo HIV/Aids, hepatites B e C e sífilis ainda constituem um problema de saúde pública, uma vez que mesmo com manejo clínico eficaz e estratégias de prevenção, ainda percebe-se uma crescente prevalência dessas infecções. O difícil acesso aos serviços de saúde e a vulnerabilidade social são fatores que tornam as pessoas em situação de rua mais vulneráveis às infecções pelo HIV/Aids, hepatites B e C e sífilis.

Objetivo

Estimar a prevalência de HIV, hepatites B e C e sífilis em pessoas em situação de rua.

Método

Estudo epidemiológico, transversal e multicêntrico. Realizado na Ação Social Lúmen dos municípios de Fortaleza e Aquiraz, no período de novembro de 2021 a fevereiro de 2022. A coleta de dados se deu através de um questionário administrado individualmente e a realização de testagem rápida para HIV, sífilis, hepatites B e C. O presente estudo foi aprovado sob o parecer nº 3011921.5.0000.5534 do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará.

Resultados

A amostra foi composta por 81 participantes. Observou-se predominância do sexo masculino 91,4% (n=74). A idade média do grupo foi 38,9 ± 9,4 anos e a mediana 39 anos (IIQ: 33 – 46). Constatou-se que 51,8% (n=42) vivem a menos de um ano em situação de rua, sendo o uso abusivo de drogas o principal motivo, para 83,9% (n=68) dos participantes, seguido de problema familiar/conjugal 14,8% (n=12) e financeiro 6,2% (n= 5). Em relação a vida sexual, 98,8% (n=80) referiram já ter iniciado as relações sexuais, sendo que 56,8% (n=46) relataram utilizar o preservativo, e quando questionados sobre o uso de preservativo na última relação sexual, esse número reduziu para 44,4% (n=36). O uso de álcool e drogas durante as relações sexuais representou 83,9% (n=68) da população. Além disso, 24,7% (n=20) relataram ter recebido dinheiro ou presentes para ter uma relação sexual. Quanto às características clínicas, observou-se que 9,9% (n=8) dos participantes testados apresentaram resultado reagente para HIV, 24,7% (n=20) reagente para sífilis, 1,2% (n=1) reagente para hepatite C. Em relação à infecção por hepatite B, não foi obtido nenhum resultado reagente.

Conclusão

A sífilis apresentou a maior prevalência, seguida do HIV. O estudo reforça a necessidade da ampliação das ações de prevenção direcionadas à população em situação de rua nos diversos locais visando a realização de estratégias pautadas em ação de educação em saúde, redução de danos e prevenção do HIV/aids e IST no Município.

Palavras Chave

Infecções sexualmente transmissíveis. HIV. Hepatites virais. Pessoas em situação de rua.

Você faz parte de algum grupo de pesquisa? Se SIM, favor informar o nome abaixo.

Clínica e Epidemiologia das Doenças Infecciosas e Parasitárias (CEDIP).

Área

HIV-AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST

Instituições

Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Stéfanie Helen da Silva Santos, Alana Eufrásio de Castro Lima, Andressa Carneiro Moreira, Beatriz Braga Leite Barbosa, Isabella Martins Camelo, Jamile Calmon dos Santos , Paulo Victor Avelino Monteiro, George Jó Bezerra Sousa, Monalisa Rodrigues da Cruz, Maria Lúcia Duarte Pereira