VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

PARASITEMIA COMO PREDITOR DE PROGNOSTICO EM INDIVIDUOS COM LEISHMANIOSE VISCERAL

Introdução

A leishmaniose visceral (LV) é uma antropozoonose parasitária negligenciada de sérios impactos na saúde pública mundial. As interações parasito-hospedeiro têm papel fundamental na resposta imune do hospedeiro, persistência do parasito e gravidade da doença.

Objetivo

Avaliar a relação da parasitemia com o prognóstico do indivíduo com LV.

Método

Foram analisadas amostras de sangue e medula de indivíduos com LV a partir da técnica de PCR-real time com identificação e quantificação do parasito. Os indivíduos foram classificados no modelo de escores clínico de risco de morte para doença proposto por Coura-Vital et al., (2014).

Resultados

Dos 39/74 indivíduos com LV foram classificados com melhor prognóstico, e 35/74 classificados com pior prognóstico. A coinfecção HIV+LV esteve presente em 32 indivíduos e destes 12 foram considerados graves, devido principalmente a baixa adesão ao tratamento, além da observação de episódios de recidivas em 7 indivíduos. O grupo com idade de 51 a 64 anos foram classificados com pior prognóstico para LV, apresentando diminuição de leucócitos (P=0,0295) e neutrófilos (P=0,0476). O DNA de L. infantum foi identificado, tanto no sangue como na medula, em 69 indivíduos, e não detectado em cinco indivíduos. A quantificação do parasito demonstrou maior parasitemia na medula (P=0,0003) com mediana de 4,70 x 104 Leishmanias/mL em relação ao sangue com 0,29 x 104 Leishmanias/mL. Indivíduos no grupo de idade com 51 a 64 anos coinfectados com HIV+LV apresentaram maior parasitemia (P=0,0150) com 2,44 x 104 Leishmanias/mL no sangue e medula do que no grupo com idade de 20 a 50 anos. Todos os indivíduos, inclusive os negativos, apresentaram positividade no teste rápido anti-K39. Os cinco negativos no PCR-real time, estavam coinfectados com HIV, sendo dois destes classificados com pior prognóstico, apresentando alta vulnerabilidade social, droga adictos, com quebra no tratamento no uso de antirretrovirais, destacando um deste com admissão hospitalar por sepse por Leishmania, com resultado de biópsia de estômago e duodeno apresentando presença de formas amastigotas para Leishmania sp.

Conclusão

A parasitemia, medida por biologia molecular, tanto no sangue como na medula, apresentou relação com o pior prognóstico clínico da LV.

Palavras Chave

Leishmaniose visceral; parasitemia; modelo de escores clínicos;

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Área

Doenças Emergentes e Re-emergentes

Instituições

Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Cássio Marinho Campelo, Pablo Eliak Linhares de Holanda, Denis Francisco Gonçalves de Oliveira, Luiz Carlos de Albuquerque-Pinto, Luciana Magalhães Melo, Lilia Maria Carneiro Câmara