Dados do Trabalho
Título
Análise do perfil epidemiológico das notificações de Hanseníase no Ceará nos anos de 2017 a 2021
Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae transmitida principalmente por vias aéreas. Sua classificação nos casos individuais é baseada no número de lesões cutâneas, podendo ser paucibacilar, (com 5 ou menos lesões) ou multibacilar (mais 5 de lesões). No Ceará, essa doença possui alta taxa de detecção segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde e ocupa o 4º lugar com maior incidência dentre os estados do Nordeste.
Objetivo
Descrever o perfil epidemiológico das notificações de hanseníase no Ceará de 2017 a 2021.
Método
Consiste em um estudo ecológico descritivo de abordagem quantitativa com dados secundários públicos. Foram utilizados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação por meio da plataforma DATASUS, a partir da coleta de dados de Hanseníase no Ceará de 2017 a 2021 durante o mês de agosto de 2022, segundo as variáveis: faixa etária, forma diagnóstica da doença, sexo, forma clínica e macrorregião de notificação.
Resultados
A análise revelou um perfil epidemiológico para a doença no Ceará, evidenciando que a maior parte da população diagnosticada (1.934; 22%) está na faixa etária de 50-59 anos. Essa informação concorda com o dado de prevalência da forma diagnóstica da hanseníase multibacilar (6.293; 71,8%), visto que esta possui relação direta com a menor imunidade celular contra o M. leprae. Já a forma clínica mais expressiva é a dimorfa (3.238; 36,6%), seguida da Virchowiana (1.901; 21,5%). Apesar do número de casos diminuir ao longo dos anos dentro do nível ensino fundamental incompleto, ainda é muito essa a escolaridade predominante (3490 ; 58,9%). A maioria (5.426; 61,4%) dos diagnosticados com essa doença são pessoas do sexo masculino. Entre as 5 macrorregiões de notificação do Ceará, há predomínio do número de casos em Fortaleza (4.867; 55%), seguido de Sobral (1.779 ; 20%). De maneira geral, o número de casos confirmados tem diminuído nessas macrorregiões, visto que em 2017 havia 1.852 casos registrados e, em 2021, apenas 1.510 notificações. Entretanto, não há relato se esse decréscimo corresponde a uma subnotificação da doença.
Conclusão
Observou-se que existe uma predominância de notificações de hanseníase da faixa etária de 50-59 anos; da forma diagnóstica multibacilar; da forma clínica dimorfa; da escolaridade ensino fundamental incompleto; do sexo masculino; e da macrorregião Fortaleza. Assim, a descrição do perfil epidemiológico torna-se importante diante das ações de prevenção, tratamento e promoção da saúde.
Palavras Chave
Hanseníase; Epidemiologia; Dados secundários; Ceará.
Área
Infecções Bacterianas
Instituições
Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
Maria Clara da Costa Fernandes, Melissa Fiuza Saboya, Natália Ponte Fernandes, Natan Santos Pereira, Pedro Samuel Mendes Carneiro da Ponte, Tayanne Silva Sampaio, Timóteo Bezerra Ferreira, Fernando Virgílio Alburquerque de Oliveira