VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

Estudo Epidemiológico Sobre as Notificações de Dengue no Ceará de 2018 a 2021.

Introdução

A dengue é uma doença causada por qualquer um dos sorotipos dos vírus dengue, que pertencem à família Flaviviridae, e são transmitidos ao homem pela picada de fêmeas de mosquitos do gênero Aedes. A dispersão da doença pelos trópicos representa uma ameaça global, sendo reconhecida pela OMS como a patologia tropical de mais rápida proliferação em todos os continentes. No Ceará, pode-se observar uma tendência crescente da incidência da doença, com epidemias sazonais de grande relevância.

Objetivo

Descrever o perfil epidemiológico das notificações de dengue no Ceará de 2018 a 2021.

Método

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de abordagem quantitativa sobre as notificações de dengue no Ceará entre 2018 e 2021. A pesquisa foi realizada entre agosto e setembro de 2022 com dados secundários coletados do SINAN, na plataforma do DATASUS, cujos dados estão sujeitos a revisão. Não houve necessidade de submissão ao comitê de ética por serem dados secundários. Foram analisadas as variáveis número de casos prováveis segundo ano, mês, faixa etária e município de notificação e evolução do quadro clínico.

Resultados

Na análise dos casos de dengue no Ceará entre 2018 e 2019, observou-se um aumento aproximado de 766% no número de notificações. O ano em que ocorreu o maior aumento de casos registrados em relação ao ano anterior foi 2019, com 16.301 notificações, contra os 4.169 casos registrados em 2018, o que corresponde a um aumento de 12.132 (291%) casos. O maior registro de casos de acordo com o ano de notificação foi em 2021, com 36.088 casos no total, sendo 7.838 (49,5%) casos a mais que o ano de 2020, que, por sua vez, registrou 24.139 casos. Junho foi o mês com mais notificações, com 14.899 (18,5%) casos. A faixa etária de 20 a 39 anos foi a mais atingida, com 34.209 (42,4%) notificações. O município com maior número de notificações foi Fortaleza, com 30.899 (38,4%) casos. Com relação à evolução dos casos, a maioria das pessoas notificadas tiveram o diagnóstico de cura, com 73.914 (91,6%) casos.

Conclusão

Observaram-se, portanto, dados que podem revelar um perfil epidemiológico da dengue no Ceará, com alguns resultados previsíveis, como a predominância de casos no mês de junho, faixa etária de 20 a 39 anos, município de Fortaleza e a evolução dos infectados para cura. Já com outras variáveis, não se notaram padrões esperados, como o número das notificações em 2020, em que pode ter ocorrido subnotificação dos casos em razão da pandemia de COVID-19.

Palavras Chave

Dengue; Epidemiologia; Ceará.

Área

Arboviroses

Instituições

Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Timóteo Bezerra Ferreira, Maria Clara da Costa Fernandes, Diego Oliveira Maia, Emanuel Victor da Silva Lima, Melissa Fiuza Saboya, Lorena Agra Ramos, Fernando Virgílio Albuquerque de Oliveira