Dados do Trabalho
Título
RODA DE CONVERSA SOBRE INFECÇOES SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS EM CASA DE ACOLHIMENTO A POPULAÇAO LGBTQIAP+ EM FORTALEZA, CE - AÇAO DE EXTENSAO DA LIGA DE ESTUDOS EM DOENÇAS INFECCIOSAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA.
Introdução
Cerca de 20 milhões de brasileiros se identificam como pessoas LGBTQIAP+. A LGBTfobia é uma importante causa de abandono escolar e de rejeição familiar no país; ademais, o Brasil é apontado como a nação onde ocorrem mais mortes dessa população no mundo. Diante disso, casas de acolhimento são fundamentais na tentativa de minimizar o abandono vivido por esses indivíduos. Por isso, a Liga de Estudos em Doenças Infecciosas (LEDI) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (FAMED-UFC) realizou uma ação de extensão voltada para esse público.
Objetivo
Discutir sobre as principais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), enfatizando o esclarecimento sobre mitos e verdades, prevenção, sintomatologia e centros de testagem e de aconselhamento, bem como debater sobre a violência institucional e as principais demandas da população LGBTQIAP+ na saúde pública.
Descrição do caso ou Relato de experiência
Três membros da LEDI participaram da ação ministrada a 6 residentes da casa de acolhimento, sendo 3 homens transexuais, 1 mulher transexual, 1 travesti e 1 pessoa não binária. Dispostos em roda, iniciou-se a reunião com apresentações, tanto dos ligantes e do trabalho da liga, como dos anfitriões e das ações desenvolvidas no espaço, seguida de debate sobre as seguintes ISTs: úlceras genitais, corrimentos uretrais e verrugas anogenitais.
Discussão
De início, os residentes apresentaram suas queixas em relação à dificuldade de acesso ao sistema de saúde, sobretudo à Atenção Básica. Foram elencados pontos como violência quanto ao não uso do nome social, despreparo da equipe e demora no tratamento de hormonização para transição de gênero. Foi destacado o desconforto sobre o Serviço de Referência Transdisciplinar para Transgêneros (Sertrans) estar vinculado ao Hospital Mental de Messejana, o que causa ainda mais estigma nessa população. Na discussão sobre ISTs, foram apresentadas suas características gerais, sintomatologia e orientações em caso de suspeita. Ressalta-se que a prevenção foi amplamente debatida sem espaço para julgamentos de qualquer ordem, buscando-se sempre uma participação ativa.
Conclusão
A diversidade de gêneros tornou a discussão mais proveitosa à medida que foi possível observar diferentes pontos de vista a partir de vivências individuais, em que foram apresentados dilemas sobre sexualidade e saúde. Destaca-se, ainda, que os participantes conheciam a maioria dos pontos apresentados, o que indica um bom sinal do acesso a essas informações, embora o mesmo não se possa dizer do acesso ao serviço de saúde em si.
Palavras Chave
ISTs; Liga acadêmica; Extensão; População LGBTQIAP+
Área
Educação em Infectologia
Instituições
Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
Paulo Jonas Rabelo Nobre, Gabriela Gomes Nascimento, Ana Leticia Sousa Pereira, Lucas Ribeiro Sousa, Vladmir Nascimento Aragão, Osvaldo Mariano Viana Neto, Vitória Fernandes Silva, Jesiel Magalhães Andrade, Lucas Lima Menezes Albuquerque, Rodrigo Gomes Marajó