Dados do Trabalho
Título
ASPECTOS EPIDEMIOLOGICOS DA PROGRESSAO DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO CEARA DURANTE O PERIODO DE 2015-2019
Introdução
A Doença de Chagas (DC) é uma parasitose tropical causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a qual costuma ser transmitida pelas fezes do inseto Triatoma infestans ou por via oral. O parasito apresenta tropismo pelas células musculares, especialmente os cardiomiócitos, e por células do tubo digestivo, podendo gerar cardiomegalia e problemas digestórios na fase crônica da patologia. No estado do Ceará, há propensão à transmissão vetorial, tendo em vista o clima tropical do estado.
Objetivo
Sistematizar os dados epidemiológicos das pessoas diagnosticadas com DC no Ceará durante o período de 2015-2019.
Método
Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, baseado nas informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), coletados por meio da plataforma do DATASUS, do boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e do boletim da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará durante o período dos anos de 2015 até 2019.
Resultados
Entre 2015 e 2019 houve coleta no estado de 44.046 amostras para exames específicos, sendo que desses, 962 (2,2%) testaram positivo para DC, com uma taxa de casos positivos em maior proporção no ano de 2015 (229; 3,2%) e registrado em menor proporção no ano de 2019 (179; 2,4%). O sexo masculino teve uma maior prevalência com 502 (52,2%) casos registrados, e o sexo feminino com 460 (47,8%) casos. Sobre a faixa etária, observou-se que existe maior prevalência de registros da patologia na faixa etária de 60-69 anos (135; 25%). Dos diagnósticos para esse período, todos eram de Doença de Chagas crônica (DCC). A respeito dos dados de mortalidade, alarma-se que em 81 municípios do estado (44%) houve algum registro de (DC) como causa básica de óbito, no período de 2015-2019 foi registrado a proporção de 0,6 óbitos por 100.000 habitantes no Ceará, e a faixa etária com maior mortalidade para esse período foi a de 60-79 anos, com 141(51,6%) óbitos, destacando que na Superintendência Regional de Saúde do Litoral Leste-Jaguaribe obteve-se a maior taxa de mortalidade de 2,3/100.000 por habitante (68 óbitos).
Conclusão
Observou-se que existe maior prevalência de registros da patologia na faixa etária de 60-69 anos, com maior acometimento de mortalidade no sexo masculino, entre os anos de 2015 e 2019. Por localidade, destaca-se a maior taxa de mortalidade por 100.000 habitantes no Litoral leste do estado.
Palavras Chave
DOENÇA DE CHAGAS. EPIDEMIOLOGIA. CEARÁ. PREVALÊNCIA. MORTALIDADE
Área
Medicina Tropical e Medicina dos Viajantes
Instituições
Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
Vinícius Chagas de Morais Moreira, Antônio Alves Sobreira Neto, Renan Adriano Evangelista, Diego Costa Bezerra, João Teles Lima, João Batista Tavares de Lima Junior, Antonio Alexandro de Castro, Geovana Cristina Silva de Sousa, Paulo de Matos Brito Carneiro, Herlice do Nascimento Veras