Dados do Trabalho
Título
LEISHMANIOSE CUTANEA DISSEMINADA: USANDO IMPRINTING PARA DIAGNOSTICO.
Introdução
A leishmaniose cutânea é uma antropozoonose que acomete pele e mucosas, causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por insetos do gênero Lutzomyia.
Clinicamente, é classificada em cutânea localizada, cutânea disseminada, recidiva cútis e cutânea difusa, com base no aspecto e na localização das lesões. A leishmaniose cutânea disseminada é uma forma rara da doença (até 2% dos casos), sendo mais comumente causada pela espécie L. braziliensis e caracterizada pela presença de numerosas lesões ulcerosas com bordas elevadas e fundo granuloso, que iniciam em regiões localizadas do corpo e após a disseminação do parasita por via hematogênica ou linfática, acometem diversas regiões do corpo.
Objetivo
Objetivou-se relatar um caso de leishmaniose cutânea disseminada em um hospital de referência em doenças infecciosas, em Fortaleza, Ceará, Brasil.
Descrição do caso ou Relato de experiência
MJC, 47 anos, agricultor, natural de Senador Alexandre Costa (MA), procedente de Fortaleza (CE), previamente diabético, buscou atendimento em hospital de referência em Fortaleza no dia 03/06/2022 por apresentar lesões de pele de início insidioso.
O quadro iniciou em dezembro de 2021 com lesão única, dolorosa e não pruriginosa em cotovelo direito, que evoluiu para aspecto vesicular e purulento, disseminando para membros inferiores, superiores e para tronco 15 dias após a primeira lesão. Nega sintomas sistêmicos.
Antes da internação, foram realizadas 2 biópsias de pele com resultado inconclusivo ou não compatível com leishmaniose. No D4 da internação hospitalar, foi feita outra biópsia, dessa vez, por imprinting, que evidenciou amastigotas de Leishmania sp., estabelecendo o diagnóstico de leishmaniose cutânea disseminada, além disso foi realizado teste rápido para HIV e sífilis negativos.
No D6, foi iniciada terapia com anfotericina B lipossomal, na dose total de 50 mg/kg administrada em 10 dias. Paciente também fez uso de antibióticos para controle das lesões infectadas, bem como de prednisona, enoxaparina, insulina e tiamina.
Após 19 dias de internação, o paciente recebeu alta com acompanhamento ambulatorial.
Discussão
Leishmaniose cutânea disseminada, apesar de se tratar de uma forma rara, deve entrar no diagnóstico diferencial de lesões ulceradas em pacientes advindos, principalmente, de áreas endêmicas.
Conclusão
O diagnóstico de leishmaniose cutânea disseminada pode ser desafiador. Entretanto, o uso de técnicas como imprinting pode auxiliar a estabelecer o diagnóstico.
Palavras-chave
Leishmaniose tegumentar; Diagnóstico; Imprinting
Área
Diagnóstico das doenças infectoparasitárias
Instituições
Centro Universitário Christus - Ceará - Brasil
Autores
José Arthur ARCANJO CARNEIRO, Nágila LIMA FONTENELE, Naiara LIMA FONTENELE, Rafael Ferreira Mesquita, Pablo Eliack Linhares de Holanda, Anastácio Queiroz Sousa