VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

BRONQUIECTASIAS NAO FIBROCISTICA E USO DE CORTICOIDE INALADO CONTINUO EM AMBULATORIO DE REFERENCIA: O QUE FUNDAMENTA A PRESCRIÇAO?

Introdução

Bronquiectasia não fibrose cística (BNFC) é a terceira causa mundial de doença brônquica crônica inflamatória, tem alta morbidade, pelo impacto da fisiopatogenia do círculo vicioso, com destaque para o componente inflamatório e infeccioso. O uso de corticóide inalado contínuo (CI), como antiinflamatório para BNFC, é um tema controverso, havendo recomendação de uso se coexistir com Asma e ou DPOC. Riscos como favorecimento de infecções por micobactérias são descritos para esta população.

Objetivo

Interpretar o perfil clínico, funcional e desfecho prognóstico, de pacientes com BNFC em uso de CI, e identificar a motivação para a recomendação do uso.

Método

Foi conduzido um estudo transversal, de março de 2018 a outubro de 2019, em hospital terciário de referência em Fortaleza, em pacientes com BNFC, para avaliar processo inflamatório. Os que se encontravam em uso de corticóide inalado, foram analisados posteriormente, neste braço do estudo. Este estudo seguiu a Resolução 466/12 do CNS, sendo aprovado pelo CEP do Hospital de Messejana, Dr.Carlos Alberto Studart Gomes.

Resultados

O estudo incluiu 86 pacientes com BNFC em uso de CI, 72% dos 112 pacientes inicialmente analisados. Asma e DPOC foram doenças coexistentes em 19(22%) e 7(8%) consecutivamente. A etiologia pós tuberculose foi encontrada em 32% dos incluidos. A média de idade foi de 51 ± 17 anos, sendo 68% do sexo feminino. Passado de tabagismo foi encontrado em 27% dos casos. A tosse foi relatada em 98% dos pacientes, a coloração do escarro (Escala de Murray) foi mucóide em 29% e mucopurulenta ou purulenta em 61%. Sibilância estava presente em 79% dos casos. A dispneia foi avaliada com mMRC encontrado de: 0-1 em 30%, 2 em 16%, 3-4 em 54% das vezes . Distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO), foi encontrado em 89% das espirometrias, com média de VEF1 54±21. Nos últimos 12 meses, 64% dos pacientes apresentaram pelo menos 1 exacerbação, sendo 17% (n=15) das vezes com internações.

Conclusão

Sintomas como tosse, dispneia e sibilância foram de grande impacto nesta população, além dos achados de obstrução em distúrbio ventilatório, induzindo a extrapolação das recomendações formais. Riscos ao uso indiscriminado de CI, são destacados em literatura, reforçando a importância de ampliar o número de estudos no tema, reduzir controvérsias e fortalecer a melhor prática no uso de CI contínuo em pacientes com BNFC.

Palavras Chave

Bronquiectasia, corticoide inalado, micobactérias.

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Sim.

Área

Miscelânea

Instituições

Hospital de Messejana Dr Carlos Alberto Studart Gomes e Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Mara Rúbia Fernandes de Figueiredo, Gabriella Meneses Rocha Borges de Albuquerque, Isabella Lomônaco Bernardo, Amanda Souza Araújo Almeida, Nityananda Rodrigues Magalhães, Any Stephanie da Silva Lima, Sara Goes Bezerra, Samuel Allan Nunes Fernandes, Fábio Brito de Sousa, Lara Pontes Cunha