Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA DE SIFILIS EM PACIENTES SOB INVESTIGAÇAO DE VARIOLA MONKEYPOX NO CEARA

Introdução

Desde de abril de 2022 um recente e extenso surto não epidêmico do vírus Monkeypox (MPXV) vem acontecendo a nível mundial. Em contraste com os surtos anteriores, este não possui a dinâmica de transmissão completamente definida. Devido a similaridade dos sinais e sintomas com outras patologias houve a necessidade de se estabelecer o diagnóstico diferencial para outros agravos, dentre eles a sífilis, doença que pode apresentar-se de diferentes formas e que se não tratada ou inoportunamente tratada pode trazer complicações ao indivíduo, inclusive a nível de sistema nervoso central.

Objetivo

Relatar a ocorrência da soropositividade para sífilis em pacientes suspeitos de MPXV no Ceará, e na ocorrência de positividade para ambos os agravos caracterizar os casos segundo sexo, faixa etária e município de residência.

Método

Estudo observacional retrospectivo de julho a setembro de 2022, em Fortaleza, Ceará. Das 926 amostras de pacientes encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (LACEN) para pesquisa molecular de MPXV, todas foram submetidas a investigação laboratorial para sífilis pela técnica de imunocromatografia em matriz de soro humano. Os casos positivos para os dois agravos foram caracterizados segundo sexo, faixa etária e município de residência.

Resultados

Das 926 amostras analisadas, 20,3% (188) foram reagentes para sífilis e 14,6% (135) foram também detectáveis para MPXV. Houve predomínio do sexo masculino com 98,5% (133). A média de idade foi de 34 anos, dispostas nas seguintes faixas etárias: de 18 a 29 anos, 31,9% (43); de 30 a 39 anos 44,4% (60); de 40 a 49 anos, 20,7% (28) e de 50 anos acima 3,0% (4) de casos. Geograficamente foram distribuídos em 18 diferentes municípios, sendo a maior concentração de casos em Fortaleza 80,0% (108), seguido de Maracanaú 5,93% (8); Juazeiro do Norte, Eusébio e Caucaia com 1,48% (2) de casos cada um. Russas, Horizonte, Pacajus, Chorozinho, Massapê, Sobral, Jijoca de Jericoacoara, Porteira, Beberibe, Aracoiaba, Aquiraz, Quixeramobim e Jaguaretama tiveram a menor prevalência, com 1,48% (1) cada.

Conclusão

Ressalta-se aqui a relevância da realização de testes laboratoriais complementares para diagnósticos diferenciais, os quais podem subsidiar a instituição do tratamento em tempo oportuno, contribuindo para um melhor prognóstico do paciente bem como a melhor alocação dos recursos da saúde e ainda contribuir decisivamente para medidas mais efetivas de vigilância e monitoramento de surtos epidêmicos.

Palavras Chave

Monkeypox; Sífilis; Diagnóstico

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Área

Doenças Emergentes e Re-emergentes