VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA COMPLACENCIA PULMONAR ESTATICA EM PACIENTES COM COVID-19 SOB VENTILAÇAO MECANICA

Introdução

Em pacientes com Covid-19, vários fatores como, a interação entre gravidade da infecção, reserva fisiológica, responsividade ventilatória à hipoxemia; tempo decorrido entre o início da doença e a observação no hospital, pode levar ao desenvolvimento de dois “fenótipos” primários: Tipo L, caracterizado por baixa elastância, ou seja, alta complacência; e Tipo H, caracterizado por baixa complacência e alta elastância.

Objetivo

Avaliar a complacência pulmonar estática (Cest) em paciente com Covid-19 sob ventilação mecânica.

Método

Estudo de coorte retrospectivo, realizado no período de maio de 2020 a dezembro de 2021. Foram incluídos pacientes com diagnóstico confirmado de covid-19 e em ventilação mecânica (VM), idade acima de 18 anos, independente do sexo. Foram excluídos aqueles que evoluíram para óbito nas primeiras 24h. O desfecho primário foi apresentar o fenótipo H, definido por Cest baixa (< 30 cmH2O). Variáveis demográficas, clínicas, parâmetros ventilatórios e gasométricos foram investigados. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição, sob parecer nº 5.133.188.

Resultados

Do total de 158 pacientes incluídos no estudo, a maioria era do sexo masculino (60,8%), com idade média de 58,3 ± 15 anos; 81% apresentavam alguma comorbidade. Quanto à extensão do comprometimento pulmonar, 73,4% apresentavam entre 50-75% de comprometimento, sendo a maioria de padrão em vidro fosco (77,1%). Um total de 109 pacientes (69%) evoluíram para VM nas primeiras 48h de internamento; e 53,2% utilizaram suporte não invasivo pré-intubação, sendo 52,4% com o tempo > 48 horas. A maioria dos pacientes em VM foi pronado (65,2%). A maioria dos pacientes apresentou fenótipo H (57,6%). Indivíduos com Cest baixa foram os que apresentaram menor relação PaO2/FiO2 em 24h (p = 0,044) e 48h (p = 0,029), bem como driving pressure < 15 (p = 0,028). Uma maior proporção de óbitos também foi observada neste grupo (p = 0,002).

Conclusão

Indivíduos com fenótipo H tiveram pior prognóstico, apesar do uso de estratégias protetoras de ventilação mecânica (DP <15), evidenciado pelo pouco ganho na relação PaO2/FiO2 e pela maior mortalidade neste grupo.

Palavras Chave

COVID-19
Complacência Pulmonar
Ventilação Mecânica

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Área

Covid-19

Instituições

Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Francisco Cleiton Ribeiro Freitas, Antonio Salvandi de Oliveira Junior, Riany de Sousa Sena, Lisandra Serra Damasceno