Dados do Trabalho
Título
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO EM PACIENTE JOVEM HIV POSITIVO: UM RELATO DE CASO
Introdução
Introdução: A terapia antirretroviral (TARV) é o tratamento fundamental para controle do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV). Apesar de indispensável, ela possui efeitos adversos, como as alterações no perfil lipídico, representando fator de risco para doenças cardiovasculares.
Objetivo
Objetivo: Descrever um caso de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) em paciente jovem portador de HIV.
Descrição do caso ou Relato de experiência
Descrição de caso: P.S.I.J, 28 anos, masculino, HIV+ (adquirido por transmissão vertical) em uso de tenofovir/lamivudina + atazanavir + ritonavir desde os 5 anos de idade. Em 14/08/2021, apresentou precordialgia em aperto, seguida de parestesia em dorso que irradiava para o braço esquerdo e lado esquerdo do pescoço, associada a dispnéia. Dor melhorava parcialmente com repouso e piorava com os esforços físicos. Em 17/08/2021 realizou um ECG demonstrando onda T invertida em V2, V3, V4 e V5, e foi iniciado AAS 100mg/dia e sustrate 50mg/dia. Cateterismo do dia 02/09/2021 evidenciou oclusão parcial da artéria coronária esquerda e descendente anterior, sendo realizada a colocação de stent. Antecedentes: hipertensão arterial sistêmica (HAS) e dislipidemia desde a infância, em uso de losartana e ezetimiba. Mãe, avó e avô maternos com coronariopatia
Discussão
Discussão: O vírus HIV causa inflamação crônica e ativação constante do sistema imune, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, inclusive em pacientes de baixo risco. O uso da TARV, indispensável para o controle da replicação viral, ao elevar a sobrevida dos infectados, tornou a prevenção e o manejo de doenças crônicas uma preocupação essencial no tratamento do HIV. Além disso, a TARV, em especial os inibidores de protease, provoca disfunção adipocitária, lesão endotelial e dislipidemia, fatores que desencadeiam aterosclerose e desfechos cardíacos. No caso, o paciente foi infectado por transmissão vertical, tendo sido exposto ao vírus e ao uso de TARV desde a infância, o que, possivelmente ocasionou o surgimento precoce de dislipidemia e de hipertensão. Esses fatores levaram a um estado de inflamação crônica que resultou, apesar do controle medicamentoso das comorbidades, no infarto miocárdico.
Conclusão
Conclusão: A TARV pode ter ocasionado surgimento ou agravamento de HAS e dislipidemia precocemente, proporcionando um cenário favorável para formação de placas de ateroma, com ocorrência do IAM. O controle rigoroso de fatores de risco para coronariopatia e medidas para a sua identificação precoce são fortemente recomendados na população HIV+.
Palavras-chave
HIV; IAM
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Liga de Infectologia da Universidade de Fortaleza
Área
HIV-AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST
Instituições
Unifor - Ceará - Brasil
Autores
Ana Lara Guerra Barbosa, Bianca Berdine Martins Mendes , Carlos Eduardo Santiago Vasconcelos , Gabriel Sampaio de Melo Barbosa, Ivan Bonfim Jacó de Oliveira, José Gladstone Castro Neto , Marcelo Gomes Melo Filho, Maria Clara Mota dos Santos , Sarah Teixeira Almeida, Lara Gurgel Fernandes Távora