VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

RELAÇAO ENTRE LINHAGENS DE GRAM-NEGATIVOS MULTIRRESISTENTES E GENES DE RESISTENCIA A AMINOGLICOSIDEOS COM FENOTIPOS DISTINTOS DE SENSIBILIDADE

Introdução

O uso de antimicrobianos antigos, como os aminoglicosídeos, tem sido cada vez mais discutido, devido à escassez de novas drogas terapêuticas para microrganismos multirresistentes. Apesar de muitos mecanismos de resistência a essa classe de drogas já terem sido descritos como enzimas modificadoras dos aminoglicosídeos (EMAs) e RNA metilases, há muitas lacunas nos estudos sobre a relação entre os perfis fenotípico e genotípico de gram-negativos multirresistentes.

Objetivo

O objetivo desse estudo foi avaliar a relação entre as linhagens e os genes de resistência com a sensibilidade antimicrobiana aos aminoglicosídeos em bactérias gram-negativas multirresistentes.

Método

Um total de 40 isolados multirresistentes de K. pneumoniae, 20 de A. baumannii e 12 de S. marcescens, isolados de sangue, urina, tecido e aspirado traqueal, foram identificados em Vitek-2 e submetidos a sequenciamento de genoma completo (Ion Torrent). Foram realizadas microdiluição em caldo, teste Epsilométrico e disco difusão para amicacina e gentamicina. A linhagem por MLST e os genes de resistência foram determinados através das ferramentas MLSTfinder e Resfinder, respectivamente. As EMAs e metilases foram identificadas por curadoria manual (Artemis).

Resultados

A Concentração Inibitória Mínima (CIM) para a amicacina e para a gentamicina variou de ≤ 4 - > 256 mg/L e ≤ 0,5 - > 256 mg/L, respectivamente. A sensibilidade à amicacina e à gentamicina, respectivamente, foi de 43% e 73% para K. pneumoniae, 70% e 25% para A. baumannii e 58% e 42% para S. marcescens. As EMAs foram descritas em 98% dos isolados. Em K. pneumoniae, a CIM acima de 256 mg/L para amicacina apresenta maior associação com presença das EMAs como aph(3')-Ib (strA) e aph(6')-Id (strB) e com a metilase rmtB. Em A. baumannii, a CIM acima de 64 mg/L para amicacina apresenta maior associação com a presença das EMAs, como aph(3')-Ib (strA), aph(6')-Id (strB), aadA1 e aac(6´)-Ib-cr. Em S. marcescens, a CIM acima de 24 mg/L para amicacina apresenta maior associação com a presença de aph(3')-Via, aac(6´)-Ib3 e aac(6´)-Ib-cr. Os isolados de K. pneumoniae da linhagem ST258 e os isolados de A. baumannii dos ST79 e ST218 tiveram maior relação com a resistência à amicacina.

Conclusão

Gram-negativos resistentes a carbapenêmicos são frequentemente resistentes a aminoglicosídeos. As EMAs são os mecanismos prevalentes, e perfis genéticos distintos tiveram relação com fenótipos de resistência.

Palavras Chave

Bactérias Gram-Negativas; Resistência Antimicrobiana; Aminoglicosídeos; Enzimas modificadoras de aminoglicosídeos; MLST.

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Área

Uso de Antimicrobianos e Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)

Instituições

Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo - LIM49 - São Paulo - Brasil

Autores

Saidy Liceth Vásconez Noguera, Ana Paula Marchi, Marina Farrel Côrtes, Roberta Cristina Rueda Martins, Ana Paula Cury, Flavia Rossi, Maura Salaroli de Oliveira, Anna Sara Levin, Silvia Figueiredo Costa, Lauro Vieira Perdigão Neto