VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

SIFILIS GESTACIONAL E CONGENITA NO CEARA: UM ESTUDO EPIDEMIOLOGICO DE 2018 A 2021

Introdução

A sífilis, infecção sexualmente transmissível causada pelo Treponema pallidum, apresenta sérias repercussões quando diagnosticada na gravidez, gerando, muitas vezes, prejuízos importantes no desenvolvimento do recém-nascido e no bem estar materno. De acordo com Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Ceará, apenas em 2020 foram notificados 2336 casos de sífilis em gestante e 1171 casos de sífilis congênita. Tais dados reforçam a importância da doença ainda em nosso meio, sendo necessário o rastreio e o manejo adequado dessas condições. Tendo em vista que a sífilis gestacional pode gerar danos oftalmológicos, auditivos e neurológicos aos neonatos, além de abortamento espontâneo, óbito fetal ou neonatal e prematuridade.

Objetivo

Analisar os dados epidemiológicos referentes a sífilis gestacional e congênita no Ceará de 2018 a 2021.

Método

Estudo exploratório e transversal, realizado através de pesquisa no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), com a coleta de dados do período de 2018 a 2021.

Resultados

Os dados coletados mostram que foram confirmados 7.553 casos de sífilis gestacional entre 2018 e 2021. Com relação à faixa etária, observou-se maior número nas grávidas entre 20 e 39 anos (n=5.523, 73,12%), e em seguida aparece a parcela de mulheres entre 15 e 19 anos (n=1.793, 23,7% ). A maioria das gestantes com infecção confirmada tinha 5ª a 8ª série incompleta do Ensino Fundamental (n=1.700, 22,5%) e 5.644 apresentaram teste treponêmico reativo, com 1.197 casos em que o teste não foi realizado. No período pesquisado, foram registrados 3.774 casos de sífilis congênita, com 40 óbitos pelo agravo e 20 óbitos por outra causa. Dos confirmados, 3.299 tiveram o acompanhamento de pré-natal e 369 não.

Conclusão

Dessa forma, é possível perceber que a sífilis gestacional é uma condição alarmante para o sistema de saúde, uma vez que possui prevalência significativa e necessita de medidas de prevenção, rastreio e manejo adequados. Além disso, é perceptível a relação entre a escolaridade incompleta e o índice de infecção pela bactéria, o que evidencia a importância, também, da conscientização em relação ao planejamento familiar e a conclusão do período educacional das mulheres antes da gravidez. Ademais, no período analisado, a taxa de transmissão vertical de sífilis congênita gira em torno de 49,96%, elucidando a importância de um pré-natal de qualidade e de um tratamento correto para a enfermidade, visto que, a transmissão pode ser reduzida a 30%.

Palavras Chave

Sífilis, Sífilis Congênita, Epidemiologia

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Área

Infecções Bacterianas

Instituições

Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Ceará - Brasil

Autores

JOSÉ ODIMAR DOS SANTOS JÚNIOR, Lara MESQUITA GOMES, Júlio Augusto GURGEL ALVES, Lara Thaís PINHEIRO MEDEIROS, Guilherme VALE BRAGA