VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso de switch de inibidor de integrase para inibidor de protease em paciente com obesidade

Introdução

Com os medicamentos descobertos para as terapias antirretrovirais, as complicações relacionadas a cardiovasculopatias e obesidade aumentaram. A síndrome metabólica emergente do tratamento foi observada em 9% dos receptores de DTG/TAF/FTC comparado a 5% dos receptores de DTG/TDF/FTC e 3% dos receptores de EFV/TDF/FTC, correlacionando o uso de inibidores de integrase (INSTI) com essa alteração.

Objetivo

Descrever caso clínico de paciente em tratamento para HIV e sua relação com a obesidade.

Descrição do caso ou Relato de experiência

Paciente masculino, 46 anos, diagnosticado com HIV em 1998, iniciou tratamento com Zidovudina/Zalcitabina. Abandonou tratamento em 2001, mas reiniciou o esquema associando Atazanavir-r, após neurotoxoplasmose em 2008. Em 2011, apresentou icterícia e HBsAg reagente. Em 2019, trocou-se esquema para Tenofovir/Lamivudina/Dolutegravir pela icterícia persistente. Em 2021, queixou-se de ganho de peso (70-82Kg) com a troca da TARV. Em junho/21, pesando 84,8Kg e com carga viral indetectável, foi trocada TARV para Tenofovir/Lamivudina associada a Darunavir. Foi realizado Bioimpedância antes e após a troca de TARV, evidenciando redução do percentual de gordura corporal e visceral (8%).

Discussão

A alteração metabólica no PVH é uma preocupação atual. Um estudo mostrou que entre os indivíduos que mudaram de ARV contendo EFV para ARV contendo INSTI, o genótipo de CYP2B6 foi associado à maior ganho de peso, mas os resultados foram inconsistentes. Idade, sexo, etnia, INSTI e a TARV parecem ter impacto no ganho de peso. Além das alterações de peso no início da TARV, esse efeito foi detectado no Pós Switch para INSTI, tanto de ITRNN ou IP. Estudos sugerem benefícios com o Switch, como ocorreu no caso clínico. Um estudo realizado com PVH que iniciaram um novo IP ou INSTI, observou que o ganho de peso foi menor na coorte IP que na coorte INSTI. Em sub estudo do DUALIS, uma mudança para uma estrutura principal de tenofovir alafenamida (TAF) durante o estudo resultou em um aumento no peso corporal de +0,5 (-0,8 a +4,0) kg. Ao permanecer em tenofovir disoproxil, o peso corporal permaneceu estável. A fração LDL mudou em + 8,0 (-3,0 a +27,0) mg/dL em TAF versus -1,0 (-14,0 a +16,0) mg/dL em TDF (p=0,1043). Assim, sugerindo novas medicações para obesidade além dos INSTI.

Conclusão

A obesidade é o novo paradigma da população com HIV. É decisão do médico quando intervir na TARV, mas ganho de peso tem impacto na Doença Metabólica, devendo ser considerada essa repercussão na escolha final.

Palavras-chave

HIV; tratamento; obesidade.

Você faz parte de algum grupo de pesquisa? Se SIM, favor informar o nome abaixo.

Área

HIV-AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST

Instituições

Centro Universitário Christus (Unichristus) - Ceará - Brasil

Autores

Cecília Braga Tabosa Pacheco, Luiza Valeska Mesquita Fernandes, Enzo Lima Alcântara Parente, Laís Cruz Rios, Kustodyo Feitosa Custodio, Melissa Soares Medeiros, Amanda Rebouças Bezerra de Menezes, Alberta Oliveira Roque, Janine Monte Soares