Dados do Trabalho

Título

DESCOMPASSO NA ADMINISTRAÇAO DA 1ª E 2ª DOSE DA VACINA CONTRA COVID-19 NO TERRITORIO BRASILEIRO EM PERIODO PANDEMICO

Introdução

As vacinas contra COVID-19 são métodos eficazes de imunização ativa, estimulando a produção de anticorpos específicos contra o vírus SARS-CoV-2. A infecção acomete o ser humano indistintamente, com 80% dos indivíduos se recuperando sem necessitar de tratamento hospitalar, podendo levar cerca de um sexto dos infectados a formas graves. A administração de, no mínimo, duas doses de vacina contra COVID-19 reduz a morbimortalidade e as hospitalizações, enquanto a imunização incompleta compromete a proteção da população, favorecendo o aumento no número de casos e formas mais graves da infecção, justificando a importância do esquema vacinal correto.

Objetivo

Avaliar o percentual de imunização incompleta contra COVID-19 no Brasil, considerando a administração da 1ª e da 2ª dose de vacinas, e comparar este percentual entre os estados.

Método

Consiste em um estudo epidemiológico quantitativo, conduzido a partir de dados secundários obtidos na Agência Brasil e na Plataforma Localiza SUS. Foram avaliados os percentuais de 1ª e 2ª doses de vacinas contra COVID-19 administradas nos estados brasileiros de 17/01/2021 a 28/09/2022. Não foram considerados os indivíduos que receberam vacina com indicação de dose única.

Resultados

Foram observados os seguintes percentuais de imunização incompleta nos estados: Região Nordeste – Maranhão (18,5%), Bahia (12,7%), Ceará (11,0%), Pernambuco (10,5%), Piauí (8,5%), Rio Grande do Norte (8,4%), Sergipe (7,9%), Paraíba (6,8%); Região Norte – Roraima (24,2%), Amapá (20,5%), Acre (16,9%), Amazonas (16,3%), Tocantins (15,9%), Pará (8,0%); Região Centro-Oeste – Mato Grosso do Sul (12,8%), Mato Grosso (10,7%), Distrito Federal (5,7%); Região Sudeste – Rio de Janeiro (9,5%), Minas Gerais (8,5%), São Paulo (5,9%), Espírito Santo (3,8%); Região Sul – Rio Grande do Sul (7,8%). Não foi possível obter os dados completos dos estados de Alagoas e Rondônia; no Paraná, Goiás e Santa Catarina os dados consideraram a 2ª dose juntamente com a vacina de dose única, não sendo possível fazer a análise.

Conclusão

A Região Norte apresentou os maiores percentuais de vacinação incompleta, no período avaliado, sendo Roraima o estado com maior falha vacinal. A Região Sudeste apresentou os menores números, com o Espírito Santo sendo o estado com menor percentual de vacinação incompleta. Fatores como logística de distribuição, desinformações sobre as vacinas e falta de incentivo à vacinação podem contribuir para esse descompasso regional.

Palavras Chave

COVID-19; vacinas; imunização; imunoprofilaxia; cobertura vacinal.