VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

ANALISE TEMPORAL DA INCIDENCIA DE SIFILIS CONGENITA EM FORTALEZA-CE, ENTRE OS ANOS DE 2012 A 2021.

Introdução

A sífilis é uma infecção associada ao Treponema pallidum com formas de transmissão sexual e vertical, durante a gestação, com consequências precoces e tardias para o desenvolvimento do feto.

Objetivo

Descrever a incidência de sífilis congênita e potenciais fatores associados ao padrão temporal encontrado em Fortaleza no período de 2012 a 2021.

Método

Estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) na Célula de Vigilância Epidemiológica (CEVEPI) da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza. Os dados pesquisados foram referentes à taxa de incidência de sífilis congênita em Fortaleza e número mínimo de consultas durante o pré-natal, no período de 2012 a 2021. Em seguida, os dados foram analisados utilizando o programa Microsoft Excel.

Resultados

No período analisado foram observados 12399 casos de sífilis congênita no estado do Ceará e 6913 casos no município de Fortaleza, correspondendo a 55,7% do valor estadual. Nos anos de 2012 a 2017, a taxa de incidência de sífilis congênita apresentou curva crescente, com destaque para o ano de 2017 com 21,5 casos/1000 nascidos vivos (NV). Nos anos de 2018 e 2019 houve redução na taxa de incidência com valores de 19,8 casos/1000 NV e 16,6 casos/1000 NV, respectivamente. Entre 2020 e 2021, a tendência se inverteu, alcançando a taxa de incidência de 19,3 casos/1000 NV e 24,9 casos/1000 NV, nos respectivos anos. Sobre a qualidade da assistência pré-natal, entre 2012 e 2016 ocorreu aumento considerável de gestantes com mais de 7 consultas, partindo de 40,1 % em 2012 para 60,6% em 2016. O crescimento seguiu com aumento estável até 2020 com uma pequena redução variável. O ano de 2021 atingiu o maior valor de gestantes com mais de 7 consultas com 70,8%.

Conclusão

Nota-se que a redução na incidência de sífilis congênita nos anos de 2018 e 2019, pode estar associada à atualização da definição de caso para notificação de sífilis congênita. O crescimento observado a partir de 2020 pode estar associado à pandemia de COVID-19 e à sobrecarga dos serviços de saúde. Ademais, observou-se que a maioria das gestantes realizou mais de sete consultas, demonstrando impactos na qualidade da assistência pré-natal.

Palavras Chave

Sífilis; Sífilis congênita; Epidemiologia; Transmissão Vertical de Doença Infecciosa;

Área

HIV-AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UFC - Ceará - Brasil

Autores

MARIANA QUEIROZ DE SOUZA, Andressa Lima Alves , Gabriela Silva Holanda , José Osmar do Nascimento, Kamilla Carneiro Alves Marques, Antônio Silva Lima Neto