VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

PERICARDITE SECUNDARIA A INFECÇAO POR COVID-19 – RELATO DE CASO

Introdução

Dá-se o nome “pericardite” a um conjunto de sinais e de sintomas correspondentes a um quadro inflamatório que acomete os folhetos do pericárdio. De etiologia, principalmente, viral, o diagnóstico da pericardite depende da confirmação de dois critérios entre quatro classicamente existentes, sendo eles: dor precordial, alterações eletrocardiográficas sugestivas, aparecimento de derrames ou acentuações e presença de atrito pericárdico, sinal patognomônico dessa condição. Nesta descrição, a paciente apresentou um quadro de pericardite, provavelmente, decorrente de uma infecção pelo vírus SARS-CoV-2.

Objetivo

O presente relato tem como objetivo enriquecer a literatura acerca da associação entre as infecções por SARS-CoV-2 e os seus acometimentos cardiovasculares secundários.

Descrição do caso ou Relato de experiência

Sexo feminino, 71 anos, hipertensa, admitida no serviço de saúde com dor precordial iniciada no dia anterior, em aspecto de pontada, piorando ao decúbito, à inspiração profunda, à movimentação e melhorando em flexão de tronco. Durante a anamnese, constatou-se uma infecção viral prévia, sintomática, 14 dias antecedendo o momento do atendimento, por SARS-CoV-2. Sendo assim, um Eletrocardiograma foi solicitado, mostrando um supradesnivelamento do segmento ST, difusamente, com concavidade para cima. Além disso, uma Ecodopplercardiografia apresentou um espessamento pericárdico (6 mm), com maior ecogenicidade na parede ínfero-lateral, ausência de derrames e funções cardíacas preservadas. Outrossim, outros exames foram solicitados: troponina T com valor de 8,3 ng/L, proteína c-reativa apresentando 0,94 mg/dL e leucócitos totalizando 7090/μL. Por fim, uma tomografia evidenciou um aumento no “escore” de cálcio, sem obstrução significativa das artérias coronárias. A paciente evoluiu sem aumento na curva de troponina, com melhora dos sintomas após uso de Ibuprofeno e de Colchicina, mantida após a alta hospitalar. A dor precordial típica e as alterações de traçado no ECG foram utilizadas para concluir o diagnóstico de Pericardite Aguda.

Discussão

O estudo da COVID-19 e suas repercussões clínicas ainda são recentes, surpreendendo a comunidade científica constantemente. Dessa maneira, acometimentos cardíacos, secundários à infecção, podem sugerir piores prognósticos, inferindo maiores complicações, mesmo em quadros autolimitados ou “benignos”, como a Pericardite Aguda deste relato.

Conclusão

Mediante ao exposto, o presente relato enriquece a literatura que, mesmo previamente existente, carece de mais estudos.

Palavras-chave

COVID-19. SARS-CoV-2. PERICARDITE AGUDA.

Área

Covid-19

Instituições

Universidade Estadual do Ceará UECE - Ceará - Brasil

Autores

Diego Costa Bezerra, Vinícius Chagas Morais Moreira, Antônio Alves Sobreira Neto, Renan Adriano Evangelista, João Teles Lima, João Batista Tavares Lima Junior, Antonio Alexandro Castro, Geovana Cristina Silva Sousa, Paulo Matos Brito Carneiro, Giselle Barroso Vieira Costa