Dados do Trabalho

Título

A IMPORTANCIA DO PRE-NATAL NA PREVENÇAO DA SIFILIS CONGENITA: UMA ANALISE EPIDEMIOLOGICA DE 2017 A 2020 NO ESTADO DO CEARA

Introdução

A sífilis congênita é a infecção causada pela transmissão vertical da bactéria Treponema pallidum por gestantes não tratadas ou tratadas de forma inadequada para a sífilis. A taxa de transmissão vertical dessa bactéria é de até 80% intraútero, podendo ainda ocorrer durante o parto vaginal. A doença pode cursar com óbito fetal ou neonatal, crescimento intrauterino restrito, prematuridade e anomalias congênitas. Nesse contexto, o pré-natal é fundamental para a identificação e o tratamento precoce das gestantes portadoras de sífilis, pois o adiamento da intervenção terapêutica aumenta o tempo de exposição e o risco de infecção do feto.

Objetivo

Analisar o impacto da realização do pré-natal no número de casos de sífilis congênita recente e tardia nos nascidos vivos registrados entre 2017 e 2020 no estado do Ceará.

Método

Foi feito um estudo quantitativo a partir dos dados de sífilis em gestantes e sífilis congênita recente e tardia no período de 2017 a 2020, no Ceará, disponibilizados na plataforma TABNET, do DATASUS, pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Ademais, foram consultadas as estatísticas vitais, fornecidas na mesma plataforma, quanto ao número de nascidos vivos e acompanhamentos pré-natais do período e território mencionados.

Resultados

Levando-se em conta uma média de nascimentos anual de 127.611 crianças no período de 2017 a 2020, houve um aumento de 54,8% no número de gestantes com sífilis (1.311 em 2017 e 2.029 em 2020). Em contrapartida, houve queda de 19% na ocorrência de sífilis congênita: foram registrados 1214 casos em 2017 e 985 em 2020. De forma concomitante, observou-se não só a manutenção de altos níveis de realização de pré-natal, como também uma elevação percentual em sua prática: de 97,5% em 2017 para 98,1% em 2020, o que representa, levando em conta a média de nascimentos anual do período, o incremento de 765 gestantes acompanhadas pelo serviço de saúde cearense.

Conclusão

Portanto, os achados apresentados possibilitam depreender que o pré-natal previne o aumento do número de casos de sífilis congênita mesmo diante de elevações na incidência de gestantes com sífilis. Porém, vale ressaltar que, apesar da constatada importância do pré-natal na profilaxia da transmissão vertical da enfermidade em questão e de suas consequências, não deve ser desconsiderada a necessidade de serem promovidas ações de prevenção do contágio sexual da doença, visto que o estudo revelou o aumento do número de casos de grávidas com essa infecção sexualmente transmissível.

Palavras Chave

Sífilis congênita. Pré-natal. Ceará. Epidemiologia.

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Área

HIV-AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST