VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

OBITOS NEONATAIS POR ENTEROCOLITE NECROTIZANTE: ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVA

Introdução

A enterocolite necrosante (ECN) é uma patologia que afeta o trato gastroinstestinal. As manifestações clínicas podem ser caracterizadas por vômitos biliosos, sangue nas fezes, distensão abdominal, além de alterações nos parâmetros hemodinâmicos e instabilidade térmica. Dentro da classificação de óbitos, a ECN é considerada uma causa de morte evitável, podendo ser parâmetro para avaliação da qualidade da assistência neonatal.

Objetivo

Quantificar os óbitos em recém-nascidos com diagnóstico de enterocolite necrotizante em unidade de terapia intensiva neonatal, em maternidade de referência do Ceará.

Método

Estudo de coorte retrospectiva, onde foram incluídos recém-nascidos que tiveram óbitos por enterocolite necrosante entre 2019 e 2020, com ficha de investigação de óbitos neonatais completamente preenchidas.

Resultados

A maioria dos recém-nascidos eram filhos de mães adultas jovens (19-62%), parto cesareano (19-65,5%), grande multigesta (14-48,2%), com diagnóstico, vigente ao parto, de hipertensão arterial gestacional (14-48,3%) e infecção do trato urinário (10-34,5%). Quanto aos recém-nascidos eram prematuros extremos (24-82,8%), com peso ao nascimento e no dia do óbito menor que 1000 gramas (18-62,1%), (14-48,3%), respectivamente; idade cronológica no dia do óbito entre 29 e 365 dias (13-44,8%); APGAR no primeiro e quinto minuto de vida, maior ou igual a sete (14-48,3%) e (24-82,8%), respectivamente; diagnóstico ao nascimento de doença da membrana hialina (20-69%); utilizou ventilação mecânica ao nascimento (24-82,8%) e antibióticos das classes glicopeptídeos (vancomicina, teocoplanina) e nitroimidazólico (metronidazol), para tratamento da enterocolite (16-55,2%) e (14-48,3%), respectivamente; com resultado de hemocultura na vigência da enterocolite predominantemente de gram-negativos (19-65,5%); e causa associdas ao óbito prematuridade (22-76,0%) e choque séptico (16-55,1%).

Conclusão

O óbito neonatal por enterocolite necrosante esteve mais associado à prematuridade, baixo peso e a fatores maternos que abreviam o parto, expondo o recém-nascidos ao acometimento de infecções neonatais, enterocolite, choque séptico e óbito.

Palavras Chave

Enterocolite Necrosante; Óbito Neonatal; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Área

Uso de Antimicrobianos e Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)

Instituições

Maternidade Escola Assis Chateubriand - Ceará - Brasil

Autores

Lucas Lemos Freitas, Keline Soraya Santana Nobre, Nerci de Sá Cavalcante Ciarlini, Albacleuma Silva Aguiar, Ana Maria Evangelista Góis, Adriana Rocha Araújo, Bruna Sousa Barbosa