Dados do Trabalho
Título
INCIDENCIA DE OBITOS EM RECEM-NASCIDOS COM SEPSE: COORTE RETROSPECTIVA
Introdução
As infecções por sepse tardia afetam cerca de 3 milhões de neonatos por ano em todo o mundo e causam cerca de 750.000 mortes por ano em todo o mundo.
Objetivo
Objetivou-se quantificar os óbitos por sepse em recém-nascidos internados em unidade de terapia intensiva neonatal, entre 2019 e 2021.
Método
Estudo de coorte retrospectiva, desenvolvida em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, em Fortaleza-Ceará. Os dados foram digitados e armazenados no Microsoft Excel®, versão 2016 e tabulados estatisticamente pelo programa Redcap. A coleta de dados teve início após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da instituição, sob CAAE 51494821.6.0000.5050 e número 5.417.900, e os aspectos éticos foram respeitados conforme Resolução CNS 466/12.
Resultados
A maioria dos recém-nascidos são filhos de mães adultas jovens (88-73,95%), multigestas (71-59,66%), acometidas de hipertensão arterial (45-37,82%) e infecção do trato urinário (43-37,82%) na vigência do parto. Os neonatos nasceram de parto cesariano (77-64,70%), prematuros menores que 30 semanas (78-65,54%), com peso ao nascimento (45-37,81%) e no dia do óbito (38-31,94%) menor que 750 gramas, APGAR um a três e sete a 10 no primeiro (46-38,65%) e quinto (6-5,04%) minuto de vida, respectivamente; intubados ao nascimento (91-76,50%) e com diagnóstico ao nascimento de prematuridade extrema (94-79,00%). A maioria teve administração de antibiótico empírico para tratamento por sepse (78-65,60%). Os diagnósticos associados ao óbito por sepse foram prematuridade (75-63,02%) e enterocolite (23-19,35%). O tratamento foi com prescrição de aminoglicosídeos (50-42,02%), glicopeptídeos (44-37,00%) e cefalosporinas (39-32,80%).
Conclusão
Verificou-se que o óbito por sepse neonatal é multifatorial e pode ocorrer em cascata. Fatores de risco maternos para infecção neonatal podem levar ao nascimento prematuramente, que por sua vez requer terapias invasivas para promoção da vida, o que gera prolongamento da internação, exposição do recém-nascido à microbiota virulenta hospitalar, aumentando o risco para sepse neonatal. A fragilidade imunológica e fisiológica do recém-nascido pode culminar em óbito. Ações de promoção da saúde materna no pré-natal são de suma importância para evitar a presença de fatores de risco maternos que possam atingir o recém-nascido e comprometer a sua saúde, devido a nascimento prematuro por pré-eclâmpsia e infecção materna periparto.
Palavras Chave
Sepse Neonatal; Óbito Neonatal;
Área
Uso de Antimicrobianos e Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)
Instituições
Maternidade Escola Assis Chateubriand - Ceará - Brasil
Autores
Lívia Karoline Torres Brito, Keline Soraya Santana Nobre, Lucas Lemos Freitas Freitas, Nerci de Sá Cavalcante Ciarlini, Adriana Rocha Araújo, Bruna Sousa Barbosa