Dados do Trabalho
Título
A EVOLUÇAO DOS CASOS DE MENINGITE NO ESTADO DO CEARA NOS ULTIMOS 10 ANOS
Introdução
A meningite, doença grave com processo inflamatório das leptomeninges, é um desafio para os profissionais de saúde. Entre as suas potenciais formas de evolução, estão os distúrbios motores e auditivos, hemorragias, convulsões e hidrocefalia. Conforme Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Ceará, 2.068 casos de meningite foram confirmados no estado entre 2016 e 2021, tendo a taxa de letalidade média de 10%. Logo, as medidas de prevenção e manejo eficazes devem ser tomadas e a compreensão do cenário epidemiológico é valiosa nesse sentido.
Objetivo
Analisar a evolução dos casos de Meningite registrados no estado do Ceará entre 2012 e 2022.
Método
Estudo exploratório e transversal, feito através de coleta de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre os casos de Meningite registrados entre 2012 e 2022 no Ceará. Foram explorados dados referentes à etiologia dos casos notificados e a sua evolução.
Resultados
Foram 3.618 casos confirmados de acordo com o DATASUS entre 2012 e 2022. Os municípios de Fortaleza (3.017) e Sobral (316) tiveram o maior número registrado. O sexo masculino foi predominante (2.260) e houve um maior número de notificações no intervalo de 20-39 anos (1.142), seguido pelo de 40-59 anos (779) e 5-9 anos (331). Do total, 2.821 tiveram alta, 358 com óbito por meningite e 225 com óbito por outra causa. Notou-se uma taxa de letalidade dos casos confirmados de aproximadamente 9,89%. Houve maior quantidade de casos em 2019 (529), com 418 tendo alta e 49 falecendo por meningite. Nos últimos 10 anos estudados, houve aumento de casos de meningite não especificada (1.298), meningite viral (1.161), meningite por outras etiologias (216) e meningite pneumocócica (212). Dentre elas, a meningite viral mostrou maiores casos com alta hospitalar (1.079), enquanto a meningite não especificada (115) e a meningococcemia (43) apresentaram os valores superiores de óbitos.
Conclusão
Portanto, constatou-se no estudo as diferenças entre a prevalência das diferentes etiologias da meningite no Ceará, tendo meningite viral como a mais prevalente, porém com o maior número de desfechos positivos. Percebeu-se um aumento do número de casos registrados em 2019, e uma diminuição importante nos valores registrados em 2020 relacionados à letalidade, com um possível impacto da adoção de medidas de prevenção viral devido a pandemia de COVID-19. Torna-se fundamental a execução de campanhas de prevenção e educação em saúde para intervir no quadro epidemiológico.
Palavras Chave
Meningite, Epidemiologia, Estudos Transversais
Área
Infecções Bacterianas
Instituições
Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Ceará - Brasil
Autores
JOSÉ ODIMAR DOS SANTOS JÚNIOR, Letícia CAVALCANTE PINHO, Caio KACEM CARATE, Hannah Luíza ARAÚJO REBOUÇAS, Pâmella Christine SOUZA MUNHOZ