Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES EM TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE NO CEARA

Introdução

Em 2019, a OMS estimou que mais de 60% dos pacientes diagnosticados com Tuberculose Drogarresistente (TB-DR) não conseguiram obter acesso ao tratamento.

Objetivo

Traçar o perfil epidemiológico dos pacientes tratados para TB-DR no Ceará em setembro de 2022.

Método

Estudo epidemiológico descritivo observacional baseado nas notificações de TB-DR no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITE-TB). Foram incluídos os pacientes residentes no Ceará que estavam em tratamento no mês de setembro de 2022. Os dados foram coletados em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza.

Resultados

Entre os 70 pacientes em tratamento, 69% são do sexo masculino. Residem em Fortaleza 56% dos pacientes, dos quais 36% residem na Regional I. São acompanhados pelo Hospital de Messejana 54% dos pacientes, 33% pelo Hospital São José e 13% pelo Centro de Referência em Infectologia de Sobral (CRIAS). Um terço dos residentes em outros municípios são atendidos no CRIAS, enquanto dois terços são tratados em Fortaleza. Não foi diagnosticada co-infecção com HIV em 70% dos pacientes. Foram classificados como de resistência a rifampicina 76% dos casos. São classificados como novos casos 71%, 10% como falência do esquema básico, 9% como de retratamento após abandono, e 6% são recidivas (de TB-DR). Sobre as comorbidades, 41% apresentam uso abusivo de álcool, 26% diabetes, 43% são tabagistas, 31% usam drogas ilícitas.

Conclusão

Atualmente Fortaleza comporta a maior parte dos pacientes com TB-DR do estado, sendo o Hospital de Messejana o principal local de atendimento. A maioria dos residentes em outros municípios é atendida em Fortaleza, o que pode representar uma dificuldade de acesso ao tratamento adequado, levantando-se então o questionamento do possível impacto de novos centros de tratamento no interior do estado. Nota-se também que o uso abusivo de álcool, tabagismo e uso de drogas ilícitas figuram como fatores associados à TB-DR.

Palavras Chave

Tuberculose; Infecções por Mycobacterium; Epidemiologia