VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

RASTREAMENTO DA HANSENIASE NA PANDEMIA DA COVID-19 NO CEARA: UM ESTUDO

Introdução

A hanseníase é uma infecção crônica que acomete, principalmente, o sistema tegumentar e o nervoso periférico. Há uma intensa discriminação sobre as pessoas acometidas em razão da desinformação e das sequelas incapacitantes e desfigurativas. Estas são motivadas, geralmente, pelas limitações ao acesso ao tratamento. Segundo a Semana Estadual de Combate à Hanseníase, em 2022, o Ceará ocupa o quarto lugar no ranking nordestino com maior índice da doença.

Objetivo

Analisar o rastreamento da hanseníase nas Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS) cearenses durante a pandemia de COVID-19.

Método

Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo que utilizou dados secundários extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre os casos de hanseníase notificados pelo SINAN entre 2018 e 2021 nas ADS cearenses. As variáveis investigadas foram macrorregiões de saúde, sexo, escolaridade, etnia, faixa etária, forma clínica notificada e ano de notificação. O período da coleta foi 05/09/22.

Resultados

As ADS’s juntas notificaram em relação aos casos notificados: 2084 (2018), 1947 (2019), 1437 (2020), 1510 (2021). O perfil epidemiológico da doença não foi modificado e envolve a quinta década de vida, o sexo masculino, com ensino fundamental um incompleto, a etnia parda, procedência de Fortaleza e o predomínio da forma multibacilar diforma. Nota-se que há uma redução de 27,58% no número de casos notificados de hanseníase nos últimos 4 anos, o que evidencia a possibilidade de uma extensa população acometida pela doença ter sido negligenciada na computação das informações e, consequente, vetadas do tratamento. Dentre as razões atribuídas, chama-se atenção para a superlotação dos hospitais em função do Coronavírus, assim como outros problemas como a distância até postos de saúde para atendimento, o medo da contaminação com a COVID-19 e o estigma social. Tal contexto, favorece o desenvolvimento de sequelas mais graves, por exemplo, amiotrofia, paralisias e mutilações. Isso prejudica a recuperação física e o retorno adequado dessas pessoas às atividades anteriormente desempenhadas.

Conclusão

Assim, é importante que o Estado intensifique a identificação desses pacientes, minimizando ou evitando a subnotificação e corroborando para o tratamento em tempo oportuno das pessoas acometidas. A identificação dos casos, além de reduzir sequelas graves e a morbidade, possibilita o controle epidêmico da doença a partir do planejamento de ações estratégicas de prevenção da disseminação da doença.

Palavras Chave

Hanseníase; COVID-19; Investigação epidemiológica

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Área

Infecções Bacterianas

Instituições

Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Astrea Gomes Guedes, Humberto Lucca Andrade Moreira, Mylena Braga Davi, Francisca Dayane Vieira Silva, Ítalo Michilis Santos Ramos, Fernanda Maria Carvalho Fontenele, Amanda Kelly Pereira Carneiro, Thiciano Sacramento Aragão, Thayson Silva Pinheiro, Paula Frassinetti Castelo Branco Camurça Fernandes