VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

O DESAFIO MANTIDO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL: TENDÊNCIAS NO PERÍODO 2001–2020

Introdução

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, de evolução crônica e curável, mas que persiste como um complexo problema de Saúde Pública. A Sífilis Congênita (SC) é uma infecção potencialmente grave que pode causar má-formação do feto, aborto ou mortalidade neonatal.

Objetivo

Analisar a tendência temporal da SC no Brasil e regiões, no período de 2001–2020.

Método

Estudo de série temporal nacional, de base populacional, incluindo macrorregiões. Foram utilizados dados secundários oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Após a descrição do perfil clínico-epidemiológico dos casos e cálculo das taxas de incidência de SC (por mil nascidos vivos), realizou-se a análise da tendência temporal por regressão por pontos de inflexão, calculando-se a Variação Percentual Anual (VPA) com Intervalos de Confiança (IC) de 95%, a partir do software Joinpoint Regression Program versão 4.6.0.0.

Resultados

Foram analisados 245.270 casos de SC no país ao longo do período estudado. As regiões Sudeste e Nordeste demonstraram as maiores taxas de incidência média, com 4,7 e 4,4 casos por mil nascidos vivos, respectivamente. A maior proporção de infecções ocorreu entre recém-nascidos de até 6 dias de vida (231.992; 94,8%), do sexo feminino (116.918; 50,7%), pardos (117.546; 61,5%) e cujas mães possuíam o ensino fundamental incompleto (4 a 7 anos de estudo: 68.295; 38,7%), com realização de pré-natal (n=93.264; 83,8%) e parceiro que não havia realizado o tratamento etiológico (n=145.3770; 79,3%). Verificou-se, houve tendência de crescimento de 2001–2009 (VPA 6,37; IC 95% 3,4;9,4), mantida no período de 2010–2017 (VPA 18,82; IC95% 16,3;21,4), mas com tendência estacionária em patamar elevado de 2017–2020 (VPA -2,99; IC95% -8,5;2,9).

Conclusão

A SC segue em parâmetros elevados de incidência no Brasil ao longo de todo o período analisado, particularmente nas regiões Nordeste e Sudeste, com elevada carga de morbimortalidade. Ressalta-se a relevância da Atenção Primária à Saúde para o controle da SC no Sistema Único de Saúde, por meio da ampliação do acesso a um pré-natal de qualidade, com tratamento oportuno das mães infectadas com sífilis e de seus parceiros.

Palavras Chave

Transmissão vertical; Sífilis Congênita; Estudos de séries temporais; Epidemiologia

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Grupo de Estudos e Pesquisas Clínico-Epidemiológicas, Operacionais e de Implementação em Doenças Tropicais Negligenciadas - IntegraDTN - UFC

Área

Imunizações e Infectopediatria

Instituições

Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Taynara Lais Silva, Thalis Kennedy Azevedo de Araújo, Thatiana Araújo Maranhão, George Jó Bezerra Sousa, Anderson Fuentes Ferreira, Maria Lúcia Duarte Pereira, Alberto Novaes Ramos Jr.