Dados do Trabalho
Título
ANALISE DO PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS CASOS DE DENGUE EM FORTALEZA NO BIENIO 2020-2021
Introdução
Fortaleza é a cidade com maior incidência de dengue no Ceará. Em 2020 e 2021, percebeu-se um aumento de casos na capital cearense em relação ao período de 2014-2019, que foi acompanhado de achados epidemiológicos relevantes.
Objetivo
Traçar o perfil epidemiológico da dengue em Fortaleza no biênio 2020-2021. Descrever variáveis epidemiológicas e sorotipos da dengue em Fortaleza durante o biênio 2020-2021 e comparar com os seis anos anteriores (2014-2019).
Método
Foi realizado um inquérito epidemiológico quantitativo, com análise de “faixa etária”, “sexo”, “ocorrência de hospitalização” e “sorotipo” dos casos prováveis de dengue durante 2020-2021 em Fortaleza e comparação desses dados com os do período 2014-2019. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e de Boletins Epidemiológicos do Governo do Ceará.
Resultados
Os casos prováveis de dengue de 2020-2021 corresponderam a 22,43% (n=25358) do total (n=113044) do intervalo 2014-2021 em Fortaleza. Nas categorias avaliadas, houve dados "em branco/ignorados", que representavam informações ausentes, cuja inclusão na avaliação da respectiva categoria foi impossibilitada. No biênio 2020-2021, a faixa etária de 20-39 anos teve 45,53% da incidência de dengue (n=11543), sendo a mais acometida. O sexo feminino teve 54,56% de incidência (n=13818), sendo o mais afetado. Houve dados relativos à internação em apenas 37,88% (n=9608) dos casos, a qual ocorreu em 17,07% (n=1641) desses. Nas sorologias realizadas, percebeu-se aumento do DENV2 em 2020, com 85,1% dos sorotipos isolados (n=40), e em 2021, com 97,77% dos sorotipos isolados (n=132).
Conclusão
Houve limitações na coleta de informações nas plataformas usadas, por exemplo, sorotipos e internações, que não puderam ser contemplados na totalidade pela existência de dados “em branco”. Com os dados válidos, constatou-se manutenção de sexo e faixa etária mais atingidos em 2020-2021 quando comparados aos seis anos anteriores. Paralelamente ao aumento total de casos, houve crescimento de internação, sendo a taxa de hospitalização de 2020-2021 a segunda maior do período 2014-2021. Isso também pode ter relação com o sorotipo predominante, uma vez que o DENV2 é mais virulento e associado a quadros graves, como febre hemorrágica. Os resultados são úteis para elaborar estratégias de combate ao vírus mais específicas para o panorama atual, podendo também embasar a produção de outras pesquisas na área.
Palavras Chave
Dengue; Perfil Epidemiológico; Sorotipo.
Área
Arboviroses
Instituições
Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ceará - Brasil
Autores
Marina Albuquerque Matokanovic, Kristopherson Lustosa Augusto, Leonardo José Rodrigues de Araújo Melo, Lucas Soares Radtke, Adriely Oliveira Quintela