VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

ECIDIVA DA HEPATITE B EM PACIENTES TRANSPLANTADOS DE FIGADO POR HEPATITE B E COINFECTADOS HEPATITE B E D

Introdução

A hepatite B, com ou sem Vírus Delta, era contraindicação ao transplante de fígado pela alta recorrência da infecção após o transplante hepático. A infecção pós-transplante associada a imunossupressão ocasionava cirrose e perda de enxerto na maioria dos pacientes. A introdução da Imunoglobulina humana para hepatite B (HBIG) e os novos antivirais na profilaxia da reinfecção revolucionaram o transplante de fígado.

Objetivo

Conhecer as taxas de recidiva da hepatite B em pacientes transplantados de fígado associanndo à profilaxia e evolução clinica.

Método

Trata-se de estudo observacional, retrospectivo e quantitativo avaliando 114 pacientes portadores de hepatite B, por meio de prontuários médicos do serviço de transplante hepático pelo Hospital Universitário Walter Cantídio entre maio de 2002 a outubro de 2022. Os pacientes foram classificados em alto risco de recidiva por viremia HBV detectável, HBeAg+, antecedente de resistência a antiviral e/ou coinfectados HIV. A recidiva da hepatite B foi definida pelo reaparecimento do HBsAg, viremia detectável e biópsia hepática. A profilaxia da reinfecção neste serviço baseou-se no uso de HBIG associado ao Entecavir.

Resultados

Dos 114 pacientes transplantados por hepatite B, 54 eram coinfectados com vírus Delta. A recidiva da hepatite B ocorreu em 11 (9,6%), sendo maior nos monoinfectados 7/60 (11,7%) que nos coinfectados 4/54 (7,4%). Dos 11 pacientes que recidivaram a hepatite B após o transplante, 4 evoluíram com cirrose “de novo”, destes, 3 necessitaram de retransplante de fígado. 4 tinham hepatocarcinoma antes de transplantar, 2 tinham sorologia positiva para sífilis e 2 IgM positivo para CMV. Apenas um paciente com recidiva foi ao óbito, com sobrevida de 2 anos após o transplante. 6 pacientes usaram HBig. 7 pacientes recidivados fizeram tratamento com Entecavir ou Tenofovir por um ano após o transplante. Entre os exames laboratoriais, a creatinina sérica, IRN, plaquetas, sódio sérico e bilirrubina eram maiores em pacientes que tiveram recidiva quando comparados com o a amostra. As enzimas hepáticas e marcadores de lesão canalicular eram maiores em pacientes sem recidiva.

Conclusão

Diante dos dados analisados, evidencia-se um maior número de recidivas em pacientes monoinfectados diante dos coinfectados. Além disso, mais da metade dos transplantados fizeram uso de HBIG e todos os pacientes recidivados fizeram o uso de antivirais, o que reforça a importância da realização da terapia combinada em pacientes com alto risco de recidiva.

Palavras Chave

Vírus da Hepatite B, Transplante Hepático, Hepatites Virais

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Área

HIV-AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST

Instituições

Universidade de Fortaleza (UNIFOR) - Ceará - Brasil

Autores

Melissa Macedo Peixoto Nascimento, Gabriele Cruz Monteiro, Leticia Fernandes de Oliveira Veras, Marina Oliveira Severiano, Ariana Ximenes Parente, Isabelle Girão de Oliveira Lima, Vinícius Tavares Morais, Marcus Vinicius Santiago Barreto Santos, Erika Vasconcelos Vidal Pinheiro, Elodie Bomfim Hyppolito