Dados do Trabalho
Título
Meningite na faixa etária pediátrica no Brasil: uma análise epidemiológica dos últimos 10 anos
Introdução
A meningite é um processo inflamatório das leptomeninges que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. É causada em resposta a agentes agressores que podem ser infecciosos (vírus, bactérias, fungos, parasitas), ou não (tumores, medicamentos). Os principais agentes infecciosos são os vírus e as bactérias. A etiologia viral apresenta o maior número de casos, enquanto a bacteriana apresenta uma alta morbimortalidade quando comparada às outras etiologias. Apesar dos avanços realizados para o controle da doença, ela continua sendo um alerta para a saúde pública devido à alta taxa de letalidade, principalmente para faixa etária pediátrica. Considerada uma emergência médica, diagnóstico precoce e início do tratamento de forma adequada são essenciais para melhor prognóstico da doença.
Objetivo
Realizar um estudo epidemiológico sobre casos de meningite quanto à região brasileira, faixas etárias e mortalidade, de 2012 a 2021.
Método
Trata-se de um estudo epidemiológico quantitativo, descritivo e analítico, comparativo dos dados disponibilizados pelo DATASUS referentes aos casos notificados de meningite, na faixa etária de 0 a 19 anos, entre 2012 e 2021.
Resultados
O total de registros no país nesses 10 anos na faixa etária pediátrica foi de 90.068. No que se refere à faixa etária, destaca-se a de 1-4 anos, com 27.438 casos, seguido por menores de 1 ano com 24.186 ocorrências, sendo esta a faixa etária com maior letalidade (6,3%). O intervalo menos afetado foi o de 15-19 anos, com 7.798 casos. Em relação às regiões, a mais afetada foi a sudeste, com 51.750 registros, o que corresponde a 57% do total, seguida pelas regiões Sul (17.117), Nordeste (14.440), Centro-Oeste (3.691) e Norte (3.407). É notório que o ano com mais casos foi 2012; esse ano soma aproximadamente 15% dos registros.
Nos anos subsequentes, esses números continuaram relativamente estáveis, ocorrendo uma queda significativa em 2020 e outra menor em 2021; a junção desses dois anos correspondem a quase 7% do total.
Dessa forma, supõe-se que, em razão da pandemia da Covid-19 e das medidas de controle de contágio aplicadas nesse período, como lockdown e uso de máscaras, houve uma diminuição na transmissão e nos casos de meningite.
Conclusão
Com base no que foi apresentado no trabalho, há de se notar a importância de continuar investindo em medidas de prevenção e procurando condutas que melhorem o prognóstico das formas de meningite, em especial a viral e a bacteriana, a fim de reduzir os infectados e diminuir o número de óbitos por essa patologia.
Palavras Chave
Meningite; pediatria; emergência.
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Não
Área
Imunizações e Infectopediatria
Instituições
Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil
Autores
Caroline Martins de Souza, Larissa Brandão Joventino, Dagmauro Sousa Moreira Júnior