VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DA PANDEMIA POR COVID-19 NO PERFIL DE NOTIFICAÇOES DE SIFILIS EM IDOSOS NO ESTADO DO CEARA

Introdução

Sífilis é uma infecção causada por uma bactéria denominada Treponema pallidum, transmitida principalmente por via sexual e é uma das patologias de notificação compulsória. Sob essa ótica, nota-se que com os avanços da medicina no prolongamento da vida sexual, os idosos tiveram maior acometimento dessa doença e a evasão destes em consultas rotineiras devido ao cenário da COVID-19 pode ter contribuído para uma subnotificação de casos de sífilis na população senil, com potenciais prejuízos no tratamento. Isso reforça a importância de estudos elucidativos, de modo a subsidiar análises epidemiológicas para o bom planejamento em saúde.

Objetivo

Identificar possíveis reflexos da pandemia por COVID-19 nas notificações de sífilis em idosos no período de 2018 a 2022, no estado do Ceará.

Método

Trata-se de um estudo observacional de caráter descritivo, do tipo transversal retrospectivo e com abordagem quantitativa, desenvolvido por meio da análise de dados obtidos no DATASUS/TABNET, associando correlações estatísticas simples elaboradas em planilhas eletrônicas do tipo código aberto.

Resultados

Observou-se que apesar do aumento no número de casos de Sífilis adquirido, na população acima de 60 anos, com 164 e 188 notificações no Ceará nos anos de 2018 e 2019 respectivamente, houve uma redução das notificações em Fortaleza nos mesmos anos, resultando em taxas de 39% em 2018 e 38,3% em 2019, ano caracterizado como o maior número de casos da doença, com 188 casos, sendo 72 destes em Fortaleza, com picos de incidência entre 60 a 64 anos e 70 a 79 anos. Em 2020, houve decréscimo dos números, notificando 112 casos de sífilis no Ceará, com 35 na capital, percebendo uma redução para 31,25% na taxa de Fortaleza se comparado ao estado, com apenas um pico aos 60 a 64 anos. Em 2021, há dados de 47 idosos com sífilis no estado, porém 17 casos (36,17%) foram em Fortaleza. Tais informações demonstram um aumento na taxa de incidência e com pico bimodal de 60 a 64 anos e 65 a 69 anos. Sobre 2022, ainda não há dados até o presente momento.

Conclusão

Portanto, notou-se que houve uma desproporcionalidade entre a subnotificação e a quantidade de infecções por sífilis entre a população idosa. Tal fato mostra que é necessário o registro adequado para possibilitar um planejamento melhor em situações similares, a fim de uma melhor assistência à saúde.

Palavras Chave

Covid-19; Sífilis; Idosos

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Área

HIV-AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST

Instituições

Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Erica Dapont de Moura, Elidivane Martins de Freitas Soares, Marina Oliveira Severiano, Júlia Albuquerque Feitosa, Ariana Ximenes Parente