VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

SIFILIS CONGENITA NO CEARA: UMA ANALISE EPIDEMIOLOGICA.

Introdução

Apesar de poder ser rastreada e tratada durante o pré-natal, consequentemente evitando a transmissão fetal, a sífilis congênita possui a maior taxa de transmissão vertical entre as doenças que podem ser propagadas durante a gravidez e o puerpério. Sua forma congênita pode gerar abortos espontâneos, natimortos e morte perinatal em aproximadamente 40% das crianças infectadas. Tal nível de propagação está diretamente relacionado ao acompanhamento médico precário durante a gestação, no qual até 78% das mulheres não recebem o tratamento adequado.

Objetivo

Avaliar o perfil epidemiológico da sífilis congênita, no Ceará, nos últimos 5 anos.

Método

Trata-se de um estudo observacional transversal, realizado por meio da coleta de dados presentes na plataforma DATASUS do Ministério da Saúde (MS), entre os anos de 2016 e 2021.

Resultados

Em relação ao sexo acometido, constatou-se um maior número de casos no sexo feminino, com 3.162 casos, quando comparado ao sexo masculino, com 3.081 casos. Sobre a faixa etária, obteve-se um predomínio na faixa de até 6 dias de vida, com 6.418 casos, seguida por 7 a 27 dias de vida, com 78 casos. Ademais, houve um predomínio de casos na raça parda, com 5.607 casos, seguida pela raça branca, com 238. Em relação ao diagnóstico de sífilis congênita, notou-se um maior número de casos confirmados durante o pré-natal, com 3.967 casos, seguido pelo momento do parto ou curetagem, com 2.101 casos. Analisando por ano, 2017 apresentou o maior número de casos, contabilizando 1302, em contrapartida ao ano de 2021, que obteve 663 casos, observando-se uma diminuição de aproximadamente 50%.

Conclusão

Embora o rastreio da sífilis seja preconizado nas consultas de pré-natal, percebe-se que ainda há um número relevante de neonatos com sífilis congênita no estado do Ceará. Durante os anos de 2016 a 2020, o número de casos manteve uma certa constância. Já em 2021, observou-se uma importante redução dos casos, mas deve-se considerar uma possível subnotificação devido à pandemia de covid-19. Portanto, é necessário maior investimento em medidas preventivas contra sífilis, além de estimular ainda mais as consultas de pré-natal e de pré-concepção. A prevenção da sífilis antes e durante a gestação é um dos meios mais eficazes de impedir a disseminação da sífilis congênita. Ademais, a realização de mais estudos acerca da subnotificação de sífilis congênita durante a pandemia de covid-19 é necessária.

Palavras Chave

Sífilis Congênita. Infecções Sexualmente Transmissíveis. Pediatria. Epidemiologia.

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Liga Acadêmica de Ginecologia, Obstetrícia e do Recém-Nascido - LGORN

Área

Imunizações e Infectopediatria

Instituições

Universidade de Fortaleza - UNIFOR - Ceará - Brasil

Autores

Lara Thaís Pinheiro Medeiros, Manuela Cavalcante Portela Marinho, Lara Mesquita Gomes, Gabriela Silva Bastos, Milena De Souza Lucas, Isa Diniz Teixeira De Paula, Letícia Linhares Freire Ferreira, Maria Isabel De Araújo Ferreira