VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

NEUROCRIPTOCOCOSE E VARICELA DISSEMINADA EM PACIENTE COM LINFOMA NAO HODGKIN

Introdução

Criptococose é uma micose sistêmica que acomete principalmente pessoas imunocomprometidas, sendo a principal forma clínica a meningoencefalite. Já a varicela é uma doença viral causada pelo vírus varicela-zoster, comum em crianças, porém em indivíduos imunossuprimidos formas graves e disseminadas podem ocorrer com alta letalidade.

Objetivo

Descrever um caso de paciente com linfoma difuso de grandes células B com neurocriptococose e varicela disseminada em Fortaleza-CE.

Descrição do caso ou Relato de experiência


Mulher, 25 anos, usuária crônica de prednisona 20 mg/dia e Cannabis sativa, deu entrada na emergência com cefaléia, vômitos e diplopia há 3 semanas. Ao exame físico encontrava-se desorientada, sem sinais focais ou irritação meníngea. Apresentava ainda linfonodomegalia em região cervical posterior endurecida. A punção lombar revelou pressão de abertura 44 cmH20, bioquímica do LCR: glicose 58 mg/dL, proteína 35 mg/dL, celularidade 113 cels/mm3 (linfócitos 92% e monócitos 7%); bacterioscopia negativa, tinta da china positiva. A sorologia para HIV foi negativa. Iniciada Anfotericina B e Fluconazol, porém, a paciente persistiu com hipertensão intracraniana apesar de punções de alívio, indicando-se derivação ventricular. A Biópsia de linfonodo cervical evidenciou linfoproliferação atípica e a Imunohistoquímica foi compatível com linfoma difuso de grandes células B. Concluiu terapia de indução, com alta hospitalar, sem procedimento neurocirúrgico. Após 2 semanas, retorna com cefaléia e lesões vesiculo-eritematosas de base papulosa disseminadas há 1 semana. Ao exame, notava-se várias pápulas e vesículas com infecção secundária, cuja biópsia evidenciou formação bolhosa e infecção herpética. Tzanck positivo e RT-PCR para Monkeypox foi negativo. Iniciado aciclovir, ceftriaxona e oxacilina. Porém, a paciente evoluiu com choque séptico, necessitando de suporte em UTI. Antibioticoterapia foi modificada para piperacilina-tazobactam e vancomicina. TCAR revelou vidro fosco acometendo 75% do parênquima pulmonar. Segue internada em UTI, traqueostomizada, com melhora progressiva.

Discussão

Indivíduos imunossuprimidos estão sujeitos a infecções fúngicas e virais graves. O reconhecimento oportuno dessas condições clínicas através de exames diagnósticos precoce foram fundamentais para o tratamento dessas patologias.

Conclusão

O caso aqui relatado revela que a paciente apresentava duas condições imunossupressoras importantes como o linfoma e o uso crônico de corticóide, o que pode ter favorecido o aparecimento das duas infecções de forma grave.

Palavras-chave

Neurocriptococose; Linfoma; Varicela; Linfoma não Hodgkin;

Você faz parte de algum grupo de pesquisa? Se SIM, favor informar o nome abaixo.

NÃO

Área

Infecções Fúngicas

Instituições

Hospital São José - Ceará - Brasil

Autores

Virna Costa dos Santos, Luís Arthur Brasil Gadelha Farias, Naiara Lima Fontenele, Marina Catunda Pinheiro Juca, Aline Campos Fontenele Rodrigues, Pablo Eliack Linhares de Holanda, Lisandra Serra Damasceno