Dados do Trabalho
Título
PREVALENCIA DE OPACIDADES DE VIDRO FOSCO EM EXAMES DE PET-CT DE PACIENTES ASSINTOMATICOS PARA COVID-19: UM COMPARATIVO DO PERIODO PRE E POS-PANDEMICO
Introdução
A infecção pelo Sars-CoV-2, causando a COVID-19, tem como principal achado radiológico, embora não patognomônico, as opacidades em vidro fosco (OVF) que podem ser visualizadas em exames como a tomografia computadorizada (TC). O exame de PET/CT equipara-se à TC quanto à capacidade de identificar OVF, além de possuir superioridade para apontar alterações funcionais precoces. Desta forma, pode colaborar na identificação de casos incidentais de COVID-19 no contexto pandêmico, bem como entender a magnitude da ocorrência das infecções assintomáticas durante a pandemia.
Objetivo
Analisar comparativamente exames de PET/CT com OVF em um período anterior e simultâneo à pandemia do COVID-19.
Método
Estudo observacional, quantitativo e transversal, com abordagem comparativa realizado em uma clínica de medicina nuclear privada, em Fortaleza-CE. Realizou-se a coleta e a análise de dados de prontuários coletados de maneira não randomizada, selecionando-se todos os exames de PET/CT realizados no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020, com alterações pulmonares e sem suspeita de COVID-19. Foram investigadas variáveis epidemiológicas (sexo e idade), indicação da PET/CT, comorbidades e presença de OVF no exame realizado.
Resultados
Analisou-se 276 prontuários, 126 referentes a 2019 e 150, a 2020. OVF foi evidenciada em 34,8% dos casos (n= 96). Com exceção da identificação de uma frequência significativamente maior (p=0,01) de OVF nos exames realizados em 2020 (41,3%, n=62), quando comparados com 2019 (27%, n=34), não se observaram diferenças no perfil dos pacientes examinados nos dois anos avaliados. Ademais, em 2020 o percentual de exames PET-CT com achado de OVF foi maior em todos os meses do ano comparado ao ano anterior, com exceção dos meses de março e outubro.
Conclusão
Nossos dados corroboram com a literatura atual, apontando maior índice de detecção de OVF em 2020 em decorrência da pandemia de COVID-19 comparando com o ano anterior. Apontam ainda para uma possível circulação de portadores de COVID-19 assintomáticos e/ou oligossintomáticos durante a realização do PET/CT. Esse fato é relevante visto que, esses portadores podem ter contribuído para a transmissão viral e crescimento da pandemia. Ressalta-se ainda que o exame de PET-CT pode ter contribuído para sugerir, mais precocemente, o diagnóstico da COVID-19, podendo ter favorecido pacientes imunossuprimidos e/ou com fatores de risco para doença grave.
Palavras Chave
Opacidades em vidro fosco. PET-CT. Pandemia de Covid-19.
Área
Covid-19
Instituições
Universidade de Fortaleza (Unifor) - Ceará - Brasil
Autores
Bianca Berdine Martins Mendes, Carlos Eduardo Santiago Vasconcelos, Ivan Bonfim Jacó de Oliveira, Jêmina Vieira e Freitas Lourenço, Lara Gurgel Fernandes Távora, Larissa Câmara Matos, Marcela Pinheiro de Alencar Vilar, Maria Clara Mota dos Santos, Paula Vitória Pereira Motoyama, Vitória de Melo Jerônimo