VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM MENINGITE NO ESTADO DO CEARA NOS ULTIMOS 10 ANOS: UMA ANALISE RETROSPECTIVA

Introdução

Meningites são definidas por inflamação das camadas meníngeas do sistema nervoso central. Essas patologias podem ser agudas ou crônicas e possuem diversas etiologias, principalmente infecciosas, como viral, bacteriana ou fúngica. Seus sintomas são diversos e podem incluir cefaleia, rigidez nucal e fotofobia.

Objetivo

Traçar o perfil epidemiológico de pacientes com meningite no estado do Ceará ao longo de 10 anos.

Método

Foi realizado um inquérito epidemiológico retrospectivo utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) , filtrados para o estado do Ceará, de 2012 a 2021. As notificações de casos de meningite foram comparadas de acordo com as variáveis ano, etiologia, faixa etária, sexo, cor, local de residência e evolução da doença. Os resultados foram organizados na plataforma “Google Planilhas”.

Resultados

3608 casos foram registrados. O maior número de casos foi registrado em 2019 (528) e o menor em 2021 (210). De 2012 a 2021 houve uma redução de 51,72% no número de casos. Ao todo, 78% dos pacientes receberam alta, 9,89% tiveram óbito por meningite e 6,24% óbito por outras causas. A etiologia mais prevalente foi “meningite não especificada” (35,89%), seguida de “meningite viral'' (32,12%). A etiologia que mais evoluiu com “óbito por meningite” foi a “meningococcemia” (43%), seguida por “meningite bacteriana” (23,40%). Já a etiologia que mais evoluiu com alta dos pacientes foi a “meningite viral” (92,92%). As faixas etárias mais acometidas foram de 20 a 39 anos (31,68%) e de menos de 1 ano a 9 anos (25,33%). 62,50% dos pacientes eram do sexo masculino. A maioria (91,80%) dos indivíduos foram identificados como pardos. Por fim, 2396 (66,41%) dos pacientes residiam na Região Metropolitana de Fortaleza, enquanto 1212 residiam nas demais cidades do interior.

Conclusão

Em nosso estudo, foi possível compreender melhor a epidemiologia das meningites no Ceará e analisar as etiologias mais prevalentes. Esses dados mostram a importância da elaboração de mais políticas públicas voltadas para prevenir essas infecções nesse perfil demográfico, como ações de conscientização. Sugere-se ainda pesquisas mais aprofundadas para elucidar os motivos dessa distribuição epidemiológica, propiciar tratamentos mais efetivos para pacientes com meningites e reduzir a taxa de desfechos negativos.

Palavras Chave

Epidemiologia; Meningites; Etiologia; Evolução.

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Área

Miscelânea

Instituições

Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Lucas Soares Radtke, Emanuel de Assis Bertulino Martins Gomes, Francisco Luciano Honório Barreto Cavalcante, José Ossian Leite Campos Neto, Marina Albuquerque Matokanovic, Manoel Alves Mota Neto, Leonardo José Rodrigues de Araújo Melo