VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

A EXPERIENCIA DE UM MEDICO DE FAMILIA E COMUNIDADE EM UM SERVIÇO AMBULATORIAL ESPECIALIZADO NOS CUIDADOS AO HIV

Introdução

A taxa de detecção de Aids no Ceará caiu de 13/100 mil hab. em 2015 para 5,9/100 mil hab. em 2021. Já a detecção de HIV subiu de 2,5/100 mil hab. em 2009 para 21/100 mil hab. em 2018. Os dados reforçam a importância de ampliar o acesso a diagnóstico, tratamento, e métodos de prevenção combinada.

Objetivo

Relatar a experiência de um médico de Família e Comunidade (MFC) em um Serviço Ambulatorial Especializado (SAE) em Fortaleza, Ceará.

Descrição do caso ou Relato de experiência

O SAE em questão foi inaugurado em set/2020, com 2 equipes multiprofissionais e 1 infectologista. Pela alta demanda por consultas, em nov/2021, foi contratado um MFC, ofertando mais 208 vagas para consultas/mês. Este é responsável pela profilaxia pré-exposição (PrEP) e por pessoas vivendo com HIV (PVHIV) que estão a 1 ano com carga viral indetectável e sem complicações. O total de pacientes ativos é 884, com idade média de 34,6 anos (DP 9,9; mín. 19 - máx. 72), sendo 583 PVHIV (505 do sexo masculino e 78 do sexo feminino) e 301 pessoas em uso de PrEP (276 do sexo masculino e 25 do sexo feminino). Até set/2022, o MFC realizou consulta de 272 pacientes em PrEP e 60 PVHIV. Registrou-se 1 soroconversão após uso de PrEP e 2 pacientes tiveram a PrEP suspensa por complicações: osteoporose com fratura e diminuição da filtração glomerular. Dentre as queixas observadas pelo MFC, além das ligadas ao HIV, estão: outras IST, queixas anorretais, saúde sexual e reprodutiva, saúde mental, uso de substâncias, doenças crônicas e metabólicas, além de vulnerabilidades sociais. Para muitos pacientes, o SAE é a porta de entrada no SUS, pois não mantêm consultas em unidades básicas.

Discussão

O cuidado de PVHIV em Fortaleza ainda é centralizado nos SAE, fato relacionado ao tempo de espera para início da TARV. Os dados evidenciam que os cuidados ligados ao HIV, como condição crônica e de abordagem integral, podem ser realizados com êxito por médicos não especialistas, graças à simplificação da TARV e a padronização dos protocolos de atendimento. No SAE em questão, as consultas de retorno para TARV realizadas pelo MFC proporcionaram mais vagas de admissão para a infectologia. Observou-se também um grande aumento do número de pessoas em PrEP, estratégia fundamental para a diminuição da transmissão do HIV.

Conclusão

A presença de um MFC no âmbito do SAE é um exemplo de iniciativa em direção à descentralização do cuidado às PVHIV, auxiliando na remoção de barreiras ligadas ao diagnóstico e tratamento oportunos.

Palavras Chave

HIV, Assistência Ambulatorial, Profilaxia Pré-Exposição.

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Grupo de Estudos em Diagnóstico e Intervenção Clínico-Cirúrgica - GEDIC

Área

HIV-AIDS, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST

Instituições

Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Lara Thaís Pinheiro Medeiros, Lourrany Borges Costa, Leonardo Pontes Andrade, Clarice Almeida Alencar, Gustavo Marques Fernandes Bezerra , Letícia Pinheiro Pontes, Ingrid Fernandes Vasconcelos , Vítor Nascimento Malheiro, Tiago Lucena Barbosa De Farias , João Vitor Chagas Freitas