Dados do Trabalho
Título
ENDOCARDITE ASSEPTICA POS TAVI
Introdução
O termo “endocardite” se refere à inflamação da camada mais interna do coração, que reveste suas câmaras e válvulas, chamada endocárdio. As formas mais comuns são caracterizadas por vegetações bacterianas ou fúngicas, assim chamadas de endocardites infecciosas (EI). Porém, formas raras podem se desenvolver a partir do dano endotelial não causado por micro-organismos, o que denomina uma endocardite não infecciosa ou endocardite asséptica, caracterizada pela deposição de fibrina e plaquetas no endotélio, o que leva à disfunção das válvulas.
Objetivo
Este estudo visa a colaborar com a literatura acerca da identificação e do esclarecimento dos casos de endocardite asséptica ou endocardite não infecciosa, sendo esta um importante diagnóstico diferencial.
Descrição do caso ou Relato de experiência
Paciente do sexo feminino, 90 anos, em tratamento de carcinoma invasivo na mama esquerda, procurou pronto socorro com queixa clínica de ortopneia, dispneia aos mínimos esforços e sincope, realizado ecocardiograma e evidenciado estenose aórtica grave no qual foi decidido por implante percutâneo transcateter de válvula aórtica (TAVI). Evoluiu, durante a internação, com COVID, apos melhora clinica realizou-se TAVI. Após procedimento, foi feito ecocardiograma, confirmando ausência de anormalidades na bioprotese. Apresentou dispneia, associada a leucocitose, iniciado tazocin, sem melhora clinica, solicitado exames de rastreio infeccioso e escalonado para meropenem e teicoplanina, com melhora clínica nos primeiros dias, por suspeita de EI. Foram realizados ECOTT, evidenciando imagem de ampla mobilidade em face ventricular da prótese, e ecocardiograma transesofágico (ECOTE), que evidenciou vegetação em cúspide da mitral. Hemoculturas negativas e tomografias para avaliação de focos embólicos, sem evidências sugestivas. Posteriormente ao início da antibioticoterapia direcionada para EI, evolui com farmacodermia levando à suspensão dos antibióticos, persistindo a melhora clínica. Discutido com a equipe de infectologia a conduta tomada foi sob a hipótese de endocardite asséptica.
Discussão
Vale acrescentar que casos de diagnósticos diferenciais como o mostrado são extremamente raros e que, constantemente, confundem as hipóteses diagnósticas, dificultando as condutas e prejudicando o tratamento dos pacientes.
Conclusão
Logo, fica evidente a necessidade de mais estudos ligados a diagnósticos diferenciais, sendo que este relato agrega uma área de estudo que, embora pré-existente, carece de mais literatura.
Palavras-chave
endocardite asséptica; endocardite trombótica não bacteriana; endocardite não infecciosa
Área
Infecções Bacterianas
Instituições
universidade estadual do ceará - Ceará - Brasil
Autores
João Teles Lima, Diego Costa Bezerra, João Batista Tavares , Antonio Alexandro de Castro, Vinícius Chagas Morais Moreira, Antônio Alves Sobreira Neto, Renan Adriano Evangelista, Geovana Cristina Silva Sousa, Paulo Matos Brito Carneiro, Ivna lobo camilo aderaldo