VI Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DA COVID-19 NO TRATAMENTO DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE EM HOSPITAL DE REFERENCIA EM DOENÇAS INFECCIOSAS NO MUNICIPIO DE FORTALEZA, CEARA.

Introdução

Em novembro de 2019 um surto de doença respiratória, causado pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), foi detectado na cidade de Wuhan, na China. O SARS-CoV-2 disseminou-se para praticamente todo globo, causando doença respiratória e óbitos. Durante a pandemia da COVID-19, observou-se um grande impacto na prestação de serviços de atenção à tuberculose em vários países, por meio de medidas de remanejamento de profissionais e orçamentos, e a interrupção de serviços destinados à assistência dessa população. A interrupção dos serviços essenciais de saúde pela pandemia teve impacto no desenvolvimento e progresso no manejo da tuberculose no país.

Objetivo

Descrever o impacto da Covid-19 no manejo e tratamento dos pacientes com tuberculose admitidos e acompanhados no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Fortaleza-CE.

Método

Trata-se de um estudo descritivo, ecológico, realizado em hospital de referência em doenças infecciosas no período de 2012 a 2021, com dados coletados a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN, analisando as taxas de cura e abandono durante o período.

Resultados

Foram estudados uma série histórica de dez anos, onde se obteve as seguintes relações de cura e abandono de tratamento de tuberculose. Em 2012 obteve-se cura de 110 (43,4%) e abandono de 55 (21,7%), já em 2013 a cura estava com 108(40,7%), enquanto abandono era de 68 (25,66%); em 2014 a situação de cura era 118 (39,%) e abandono com 82 (27,24%); 2015 teve cura de 87 (56,9) e abandono de (43,1); em 2016 a cura era de 134 (43,1%) e abandono de 71 (22,8%); no ano de 2017 a cura foi de 92 (35,1%) e abandono de 82 (31,30), em 2018 cura foi de 117 (41%) e abandono de 75 (26,3%); 2019 a cura foi de 113 (33,8%) e abandono de 93 (27,8%); 2020 a cura foi de 72 (24,3%) e abandono de 92 (31%); em 2021 a cura foi de 61 (18,2%) e abandono de 54 (16,1%).

Conclusão

O abandono durante a série histórica permaneceu abaixo dos níveis de cura, entretanto em 2020, durante a primeira onda da covid-19, as taxas de abandono prevaleceram. Isso reflete que naquele momento as pessoas tinham receio de procurar atendimento e acompanhamento do quadro de saúde e além do que em alguns momentos o próprio hospital estava voltado exclusivamente ao atendimento de pacientes de covid-19, em que se pôde influenciar esse abandono superior às taxas de cura em 2020.

Palavras Chave

COVID-19; Tuberculose; Acesso aos Serviços de Saúde.

Área

Micobacterioses

Instituições

Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ) - Ceará - Brasil

Autores

Maria Adriana Oliveira de Sousa, Raquel Martins Mororó, Francisca Juelita Gomes, Márcia Oliveira Coelho Campos, Madalena Isabel Coelho Barroso, Joelma Martins Mororó, Antônia Rosileide Pinheiro, Maria Izabel Avelino do Nascimento, Alyne Souza Bayer, Luís Arthur Brasil Gadelha Farias