Dados do Trabalho
Título
ESTAR PREPARADO DESDE O INICIO: UM RELATO DE EXPERIENCIA.
Introdução
A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP, do inglês Pre-Exposure Prophylaxis) surgiu em 2012, sendo disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) desde 2018. Rotineiramente são publicadas novas produções científicas que corroboram sua eficácia e vitalidade na contenção de novos casos em todo o mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento. Novas posologias, diferentes retrovirais e indicações terapêuticas cada vez mais amplas são as características da literatura recente sobre o assunto. Contudo, a PrEP se torna limitada devido à falta de difusão das informações nas profissões da saúde, inclusive na graduação médica, que forma os principais prescritores desse método de prevenção.
Objetivo
O objetivo deste relato de experiência é descrever as impressões e o impacto na formação de um acadêmico de medicina durante sua participação em entrevistas de acompanhamento ambulatorial de PrEP em um centro especializado que ocorreram entre 2019 e 2022 para a produção de um trabalho científico.
Descrição do caso ou Relato de experiência
Os usuários eram em sua maioria homens que fazem sexo com outros homens (HSH) e mulheres transgênero. A escassa quantidade de unidades de consulta, testagem e dispensação de medicação demonstrou ser fator que motivou baixa adesão e abandono de tratamento. Durante a abordagem da sexualidade, frequentemente foram identificadas queixas de disfunção sexual e psiquiátricas que poderiam inclusive contraindicar a PrEP. A experiência foi coincidente com a pandemia de COVID-19 que modificou as interações sociais desde seu surgimento.
Discussão
A relação profissional-usuário permitia abordar a sexualidade de forma integral, ocorrendo intercâmbio das expectativas com o atendimento, facilitando o fomento de boas práticas na atividade sexual. Foi possível identificar fragilidades específicas como o abandono do uso da medicação pela abstinência sexual causada pelo distanciamento social instituído e até o diagnóstico precoce de COVID-19 em consultas que o objetivo inicial foi a prescrição da PrEP.
Conclusão
Partindo do pressuposto que a prevenção primária é de responsabilidade de todo profissional de saúde, aproximar a realidade da PrEP aos futuros médicos generalistas pode ser uma medida efetiva na diminuição da incidência de infecções por HIV e ocorrência de AIDS. Aliado a isso, a criação de mais unidades de atendimento e testagem tendem facilitar o acesso à PrEP pelas populações prioritárias segundo o último Protocolo Clínico, de 2022, sendo composta por jovens a partir de 15 anos e com vida sexual ativa.
Palavras Chave
Profilaxia Pré-Exposição, Saúde Pública, Minorias Sexuais e de Gênero, Educação em Saúde, Prevenção Primária
Área
Educação em Infectologia
Instituições
Unichristus - Ceará - Brasil
Autores
João Pedro da Silva Sousa, Renata Amaral de Moraes, Tatiana Magalhães Angert